Todos os dias, há mais de 1 milhão de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre pessoas de 15 a 49 anos, de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Estamos vendo uma falta relativa de progresso em parar a propagação de infecções sexualmente transmissíveis em todo o mundo”, disse o Dr. Peter Salama, diretor executivo da Cobertura Universal de Saúde e do Curso de Vida da OMS.
Desde os últimos dados publicados em 2012, não houve declínio substancial nas taxas de infecções novas ou existentes. Em média, aproximadamente 1 em cada 25 pessoas no mundo tem pelo menos uma IST, de acordo com os números mais recentes, com algumas tendo múltiplas infecções ao mesmo tempo.
ISTs mais comuns
O levantamento da OMS mostra que as infecções sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo são:
Tricomoníase – 156 milhões
Clamídia – 127 milhões de casos
Gonorreia – 87 milhões
Sífilis – 6,7 milhões
Além dessas, há outros tipos de ISTs que trazem riscos à saúde e apresentam cada vez mais resistência a medicamentos, como o mycoplasma.
A IST resistente a antibióticos
O Mycoplasma genitalium (MG) entrou no radar de especialistas principalmente em 2018, quando a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV emitiu um alerta com novas diretrizes de tratamento para que MG não se torne uma superbactéria nas próximas décadas.
O MG é uma das menores bactérias existentes e não apresenta membrana citoplasmática em sua estrutura, o que lhe confere resistência a todos os antimicrobianos que tem ação direcionada a esta organela.
Na Europa a disseminação dessa bactéria está cada vez mais comum. No Brasil a notificação dos casos ainda não é compulsória, por isso, ainda não há dados de quantos casos existem no país. Em todo o mundo, estima-se que já tenha uma prevalência de 1 a 2% da população infectada.
“Uma das nossas preocupações é que, entre os infectados, 80% deles são adolescentes”, afirma o ginecologista Newton Sérgio de Carvalho, professor titular da UFPR e membro da Comissão de Infecções em Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo.
Um dos fatores que facilita o contágio da doença é que ela não apresenta sintomas em 90% dos casos. Assim, o parceiro infectado acaba transmitindo MG até sem saber que possui a doença.
De qualquer forma, é imprescindível cuidar tanto dos casos sintomáticos quanto os assintomáticos, pois há o perigo de uma epidemia ainda maior caso não haja um monitoramento tanto do paciente quanto dos parceiros.
Quanto antes diagnosticar, melhor
A falta de diagnóstico e tratamento de ISTs oferece riscos, podendo causar infertilidade, prematuridade, aborto e outras graves consequências inclusive no feto dependendo do tipo de infecção.
Na consulta com um especialista é possível fazer o exame clínico para descartar ou reforçar a suspeita de uma IST.
Além disso, é possível solicitar o teste molecular para detectar com precisão o tipo de infecção presente. O teste tem alta sensibilidade, permitindo a identificação dos principais agentes infecciosos em amostras com baixa concentração microbiana e infecções mistas. A grande inovação desse método é a possibilidade de detectar diversos patógenos simultaneamente em um único teste.
O kit XGen Multiplex para detecção de IST detecta até 7 agentes infecciosos com uma única amostra, que são:
- Chlamydia trachomatis (CT);
- Neisseria gonorrhoeae (NG);
- Mycoplasma genitalium (MG);
- Trichomonas vaginalis (Tvag);
- Mycoplasma hominis (Mhom);
- Ureaplasma urealyticum (Uurea);
- Ureaplasma parvum (Uparv).
No Brasil há vários laboratórios que já realizam exames moleculares.
Referências: