Aumento nos casos de dengue acende alerta para intensificar a prevenção

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Causada pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é a arbovirose que mais acomete a população brasileira. Com o aumento do número de casos no país, intensificar as ações de prevenção é uma das principais formas de reduzir a transmissão da doença. Outro fator importante é a realização de exames, sobretudo os de biologia molecular, que identificam a infecção no estágio inicial e a diferencia de patologias que apresentam sintomas semelhantes, como a Chikungunya e a Zika, por exemplo.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, os casos de dengue subiram 185% entre janeiro e outubro de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021. As notificações de Chikungunya também apresentaram aumento de 85%. Os números refletem um cenário já esperado para a primavera, onde a população do mosquito e a potencial transmissão das doenças aumentam, sobretudo na região nordeste do Brasil.

Para marcar o período de intensificação das ações de prevenção, o Ministério da Saúde instituiu, pela Lei nº 12.235/2010, que o penúltimo sábado do mês de novembro seja o Dia Nacional de Combate à Dengue. A principal orientação é eliminar os criadouros do mosquito, que se reproduz, principalmente, em água parada. Para isso, alguns mutirões são criados em diversas cidades do Brasil para conscientizar os moradores, realizar a limpeza dos espaços e recolher possíveis focos.

Transmissão da Dengue

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o principal agente de transmissão da dengue é o mosquito fêmea da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus. Eles também são transmissores da chikungunya e zika.

Após o período de incubação, que dura de 4 a 10 dias, um mosquito infectado é capaz de transmitir o vírus pelo restante de sua vida. Os principais portadores e multiplicadores do vírus são os humanos infectados, sintomáticos ou assintomáticos, que servem de fonte para os mosquitos não infectados. Os pacientes que já foram expostos ao vírus da dengue são capazes de transmitir a infecção pelo Aedes a outras pessoas por até 4 a 5 dias, ou no máximo 12 dias.

Embora a transmissão ocorra, principalmente, através da picada do mosquito, o Ministério da Saúde já registrou casos de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão de sangue.  

Sintomas da Dengue

A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou desencadear complicações mais graves, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), que, geralmente, dura de 2 a 7 dias. Ela é seguida de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e aparência na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase inicial febril, pode ser difícil diferenciá-la de outras doenças. A forma grave inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.

Prevenção da dengue e outras arboviroses

Embora a transmissão das arboviroses seja mais comum durante o verão, em virtude da combinação do calor com as chuvas, é importante eliminar os focos e prevenir a proliferação do mosquito durante todo o ano.

É importante realizar atividades preventivas semanalmente, a fim de interromper ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti e diminuir a incidência de outras arboviroses, como a Chikungunya e a Zika. O principal foco de reprodução dos mosquitos são os recipientes que permitem o acúmulo de água parada. Assim, pneus, vasos de planta, caixa d’água, calhas, baldes, garrafas e entulho estão entre os principais criadouros e devem receber uma maior atenção.

Complicações da Dengue

Tendo em vista que o vírus da Dengue pode infectar o mesmo indivíduo até 4 vezes, os sintomas se manifestam com mais severidade a cada infecção, provocando uma resposta exacerbada ao vírus.

Como consequência, aumentam os riscos de dengue hemorrágica, de choque circulatório, complicações viscerais, como hepatite e encefalite, entre outras, que se não tratadas a tempo podem levar à morte.

A importância do diagnóstico molecular para identificar a dengue

Os sintomas iniciais de dengue, zika e chikungunya são muito semelhantes. Porém, estas patologias podem ser causadas por tipos diferentes de vírus

Por isso, o diagnóstico molecular é tão importante. Ele possibilita a diferenciação de cada um deles em um único teste, com uma única amostra, sem reação cruzada. Além disso, é possível ter acesso ao resultado dos exames em poucas horas.

O diagnóstico molecular é mais sensível e detecta a presença do vírus nos primeiros dias da doença, enquanto a técnica sorológica só é aplicada após 7 dias de contaminação.

O Kit Multiplex Zika, Dengue e Chikungunya da Mobius avalia de forma qualitativa a presença dos três vírus em um único teste, contribuindo para a escolha de um tratamento adequado, além de ser importante nos estudos epidemiológicos para analisar a distribuição da infecção dentro das populações.

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