A doença renal crônica é mais comum do que se imagina. Estima-se que mais de 10% da população mundial apresenta algum tipo de disfunção renal. Além disso, a tendência na próxima década é este número passe para 17%. No Brasil, o Instituto Pró-Renal afirma que um a cada 10 brasileiros tenham algum tipo de doença renal crônica.
Por isso, a doença é reconhecida como um problema global de saúde pública.
O que é doença renal crônica?
A doença renal crônica é uma diminuição lenta e progressiva da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue. Geralmente, a doença tem evolução assintomática, o que torna o diagnóstico tardio.
A princípio, os principais grupos de risco são pessoas que têm diabetes, pressão alta, obesidade e histórico familiar de doença renal ou cardiovascular.
Dessa forma, os tipos mais comuns de doenças renais são:
Cálculos renais (pedra nos rins)
As pedras nos rins são formadas principalmente pela pouca ingestão de líquido, caracterizada pela urina escura, consumo elevado de sal e proteínas, entre outros problemas.
Quando as pedras se movimentam e descem pelo canal da uretra causam muita dor. Isso acontece porque a pedra pode levar a uma obstrução do fluxo urinário e dilatação do rim. Em virtude de infecções urinárias, os cálculos renais podem ser complicados e chegam a causar risco de vida.
Infecção renal ou pielonefrite
Geralmente, a infecção renal é causada por uma bactéria que entra pela bexiga e, se não tratada, sobe para os rins. Os sintomas dessa infecção geralmente são febre e dor do lado comprometido. O tratamento deve ser com antibiótico e muitas vezes requer internação hospitalar.
Por isso, na infecção urinária deve ser diagnosticada precocemente com exames laboratoriais, como o diagnóstico molecular, para que a bactéria seja eliminada antes de infectar os rins.
Cistos renais
Os cistos são bolhas que se formam no meio do rim, mais comuns após os 40 anos de idade. A princípio, os cistos simples são diagnosticados por exames de rotina e usualmente não causam problemas ou sintomas nem requerem tratamento, podendo ser apenas acompanhados. Porém, se for diagnosticado um cisto complexo, é importante realizar exames para observar se o cisto é um tipo de tumor benigno ou maligno.
Tumor ou câncer de rim
O tumor ocorre devido à alta frequência dos cistos renais. De fato, é muito comum solicitar exames de imagem para a correta exclusão dessa possibilidade. Os tumores são lesões sólidas, diferentes dos cistos que contêm líquido no seu interior. Muitas vezes são malignos, mas, se tratados no início, há grandes chances de cura.
Perda da função renal (insuficiência renal)
A insuficiência renal ocorre quando o rim perde a capacidade de filtrar resíduos, sais e líquidos do sangue. Primordialmente, doenças como diabetes e hipertensão arterial não controlados podem levar à deterioração progressiva dos rins e, eventualmente, a necessidade de hemodiálise e/ou transplante para seu tratamento.
Transplante renal
No transplante renal um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada. O rim saudável é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.
Os rins comprometidos permanecem onde eles estão, a menos que estejam causando infecção ou hipertensão.
O transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Tendo como principal vantagem a melhor qualidade de vida, pois o transplante renal garante mais liberdade na rotina diária do paciente.
Como prevenir a doença renal crônica?
O Instituto Pró-Renal sugere seguir 8 regras de ouro para reduzir os riscos de uma doença renal crônica. As sugestões são:
Realizar exercícios físicos regularmente
Controlar a diabetes e pressão arterial
Ter bons hábitos alimentares e manter o peso controlado.
Beber água ao longo do dia.
Não fumar
Não tomar remédios sem prescrição médica
Observar se faz parte dos grupos de risco da doença
Realizar exames preventivos periodicamente, como de urina e creatinina
A Joyce e o seu segundo transplante renal
Quando criança, Joyce Berno sofreu repetidas vezes com infecção urinária e incontinência. Ainda jovem descobriu que precisava realizar um transplante renal. Contudo, 15 anos depois, precisou de um novo transplante pois o rim transplantado estava perdendo suas funções.
Conheça no vídeo abaixo esta história de superação e amor à vida.
A doação de órgãos dá a chance de pessoas como a Joyce terem uma melhor qualidade e expectativa de vida. Avise sua família, seja um doador de órgãos.
Fontes:
https://site.abto.org.br/blog/informacoes/projeto-transplantes-renais-em-pacientes-hipersensibilizados/
https://www.pro-renal.org.br/2021/02/01/dia-mundial-do-rim-2/#:~:text=No%20dia%2011%20de%20mar%C3%A7o,o%20Dia%20Mundial%20do%20Rim
http://hospitalsaomatheus.com.br/blog/doencasrenais/
https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/tratamentos/transplante-renal