Os sintomas da encefalite e meningite são praticamente os mesmos: começa com febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, sensibilidade a luz e alterações de comportamento.
O que diferencia uma e outra é o local onde ocorre a inflamação. A encefalite é uma inflamação do cérebro enquanto a meningite é a inflamação das meninges, membranas que cobrem o cérebro e a medula espinhal.
Existe ainda a meningoencefalite, uma inflamação em ambas as partes, e a encefalomielite, que é a inflamação tanto do cérebro quanto da medula espinhal.
Como diferenciar as doenças?
Além dos sintomas iniciais, a equipe médica faz um levantamento do histórico do paciente: quadros de doenças recentes; se ocorreu exposição a animais, mosquitos ou carrapatos; contato com outras pessoas doentes ou viagens recentes.
Pode ser realizada então uma tomografia e/ou ressonância magnética para visualizar o local atingido. Além disso, testes laboratoriais são essenciais para descobrir qual é o tipo de inflamação que acomete o paciente. O principal meio para isso é realizar uma análise do líquido cefalorraquiano (LCR ou líquor), avaliando suas características físicas (cor e aparência), analisando a quantidade de proteínas e glicose presentes, e fazer uma cultura para identificação do patógeno e testes de sensibilidade a antibióticos.
Um dos exames mais rápidos e específicos neste caso é o PCR em tempo real. Com uma amostra do LCR é possível detectar por meio do material genético qual bactéria ou vírus está causando a meningite ou a encefalite.
O processamento do teste é de apenas 2 horas e meia, dando tempo hábil para a equipe médica definir um treinamento com antibiótico ou antiviral.
Combate a meningite com a vacinação
A vacinação é a melhor prevenção das bactérias causadoras de meningites. As vacinas disponíveis no SUS são a meningicócica conjugada C, BCG, tríplice bacteriana, Haemophilus influenzae b e pneumocócica conjugada.
O problema é que 20% das crianças vacinadas contra a meningite não receberam a dose de reforço e, em 2018, 5% destes abandonaram a vacinação. Entre os adolescentes os dados são ainda mais preocupantes, 40% estão com o calendário de vacinação incompleto.
Sem a imunização completa, os casos de meningite bacteriana (a forma mais grave da doença) continuam aparecendo e sendo fatais. Dr. Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm) em entrevista ao Correio Braziliense, explica que 90% dos casos de meningite bacteriana são causados pelo meningococo e um a cada cinco indivíduos morrem por causa da doença meningocócica, mesmo com tratamento realizado a tempo.
Além disso, entre os sobreviventes, 20% apresentam sequelas como amputação de membros, surdez, cegueira ou outras complicações neurológicas.
Links:
https://labtestsonline.org.br/conditions/meningite-e-encefalitehttps://pebmed.com.br/meningite-e-encefalite-aguda-como-e-por-que-diferenciar-clinicamente/
https://www.cdc.gov/cancer/dcpc/resources/features/cancerandchildren/?deliveryName=USCDC_9_13-DM6747
https://bioemfoco.com.br/noticia/encefalite-meningite-qual-a-diferenca-entre-elas/