No mês de março é comemorado o dia internacional do rim. Uma data importante para nos lembrar desses pequenos órgãos que tem uma função muito importante em nosso organismo, mas muitas vezes nem lembramos dele.
Aproximadamente 12 milhões de brasileiros sofrem de problemas renais e 70% não sabem disso.
Na maioria das vezes, quando a doença renal é descoberta, os rins já perderam parte de suas funções. Quando os rins não funcionam mais, é necessário o tratamento de hemodiálise, diálise peritoneal ou o transplante renal. Isso acontece porque a doença renal é silenciosa e a maioria das pessoas não sabem como se prevenir.
O que é o rim e sua funcionalidade
Nós possuímos dois rins, que tem a forma de feijão e o tamanho aproximado à uma mão fechada. Estão localizados imediatamente abaixo da caixa torácica, um em cada lado da coluna vertebral. Acima de cada rim encontramos as glândulas adrenais ou suprarrenais (responsáveis pela liberação de hormônios no corpo, como o cortisol, a aldosterona, a catecolamina e a adrenalina, essas glândulas também atuam no processo metabólico).
Os rins, têm como função, manter o nosso organismo “limpo”, filtrando o sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo, como amônia, ureia e ácido úrico através da urina.
As doenças mais comuns que podem lesar os rins são: hipertensão arterial e diabetes
Insuficiência Renal
Como o próprio nome indica, com a incidência da doença os rins passam a desempenhar suas funções de maneira insuficiente. Como o processo se desenvolve de maneira lenta e gradual, diz-se que a doença é crônica. Durante este processo o organismo procura se adaptar de múltiplas formas para sobreviver e a insuficiência renal pode manter-se assintomática. A insuficiência renal crônica torna-se avançada, quando a percentagem de rim funcional é inferior aos 20%. Muitas vezes, só nesta fase surgem os primeiros sintomas.
Os sintomas mais conhecidos são: hipertensão arterial, urina com sangue, urina com espuma (presença de proteínas na urina), edemas, eliminação de urina muito clara (como água), anemia, palidez, cansaço, dor no peito e sonolência. Nos casos mais graves, pode haver perda do apetite, náuseas, vômitos, cãibras, prurido (coceira), perda de memória, falta de concentração, tremores, insônia ou sonolência.
Doenças relacionadas à insuficiência renal:
- Cálculo Renal ou Urolitíase
- Hipertensão Arterial
- Nefrite
- Cisto Renal
- Doença Renal Policística
- Diabetes
- Lupus
As complicações da insuficiência renal
Infelizmente a insuficiência renal crônica não tem cura, mas existem tratamentos que conseguem substituir a função dos rins mecanicamente através de procedimentos dialíticos (hemodiálise e diálise peritoneal). Porém, muitos especialistas preferem e indicam o transplante renal, por proporcionar mais liberdade e melhor qualidade de vida para a pessoa e para a família. Ao contrário da hemodiálise e da diálise peritoneal que exigem procedimentos constantes e interferem com o quotidiano, implicando horas semanais exclusivas para o tratamento.
Transplante Renal no Brasil em números:
O Brasil é o segundo país em número absoluto de transplantes renais
Houve aumento de 7,5% de transplantes renais
Total de transplantes renais realizados em 2017: 5.929
Total de pacientes à espera de um novo rim: 21.059
Diagnóstico molecular no pré e pós-transplante
Após o transplante, os pacientes ficam mais suscetíveis a contrair infecções. Isso se dá pelo uso dos medicamentos imunossupressores, que tem como função “enganar” o sistema imunológico para evitar a rejeição do órgão, visto pelo organismo como um corpo estranho.
Por isso é de fundamental importância o monitoramento preventivo pelo diagnóstico molecular de microrganismos oportunistas, pois com a defesa do corpo comprometida, os sintomas e complicações tornam-se muito mais graves. Aumentando consideravelmente a taxa de mortalidade em transplantados.
A precisão e a alta sensibilidade do teste molecular permitem a detecção de vírus e bactérias em amostras onde geralmente não são percebidos, aumentando as chances de um diagnóstico preciso.
Pacientes diagnosticados em estágio precoce da infecção e imediatamente tratados, resultam na boa recuperação da funcionalidade do órgão transplantado.
BK Poliomavírus (BKV)
Os pacientes submetidos a um transplante de rim necessitam de uma atenção especial quanto ao vírus BKV. Pacientes imunocomprometidos são especialmente vulneráveis a uma reativação viral durante a recuperação.
O BKV infecta precocemente os seres humanos. Aos 5 anos de idade, 37% da população geral apresenta evidência sorológica de infecção, proporção que supera os 80% ainda na adolescência. Depois da infecção primária, o vírus estabelece uma fase latente (dormente) no organismo.
As infecções ativas por BKV são comumente associadas a infecções do trato geniturinário podendo causar nefrite intersticial, estenose ureteral, infecção sistêmica, câncer de bexiga e a disfunção progressiva e perda do enxerto, frequentemente confundido com a rejeição.
Recomendações
É fundamental que se conheça os fatores de riscos das doenças renais. Evitar ou tratar esses fatores é a única forma de prevenção. Os principais fatores de risco são a hipertensão arterial, o diabetes e doenças familiares. A obesidade, fumo, uso de medicações nefrotóxicas e outros fatores também podem comprometer a função renal. Por isso o ideal é cuidar da saúde de forma global:
- Pratique exercícios físicos
- Controle o peso corporal
- Controle a pressão arterial
- Não fume
- Não abuse da bebida alcoólica
- Consulte regularmente seu médico
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