No dia Mundial de luta contra a AIDS, a importância do combate as infecções sexualmente transmissíveis também devem ser lembradas. Mais de 30 anos após a descoberta do vírus, os cuidados preventivos para evitar a contaminação pelo vírus HIV e por outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), popularmente conhecidas como DSTs ,são mais necessários do que nunca.
A AIDS é uma doença grave, sem cura e controlada pelo uso de inúmeros medicamentos. O vírus HIV ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do nosso organismo. Atualmente no Brasil os maiores índices do contágio da doença são de jovens e idosos. Dados recentes do Boletim Epidemiológico de 2017 do Ministério da Saúde apontam que, em 2016, quando foram registrados 1.294 casos, houve o crescimento de 15% no índice de pessoas acima de 60 anos com o vírus.
As campanhas buscam conscientizar pessoas entre 14 a 29 anos, mas o crescimento dos registros da doença entre os mais velhos, têm preocupado especialistas.
Existe a banalização da AIDS?
Devido aos estudos científicos e os medicamentos disponíveis no mercado, os portadores de HIV conseguem controlar a doença. E talvez por esse motivo, os jovens não deem tanta importância à doença, aumentando o número de casos.
O método mais barato e difundido para a prevenção da doença é o uso de preservativos. Mas alguns especialistas ressaltam a importância da utilização de outros métodos, já que mesmo sendo acessível e eficiente, muitas vezes a camisinha não é usada.
Um deles, lançado recentemente pelo Ministério da Saúde, é o PReP (Profilaxia Pré-Exposição). Pessoas que tem mais chance de entrar em contato com o vírus HIV devem tomar um comprimido diariamente que impede que o mesmo infecte o organismo. Além de tomar os comprimidos, as pessoas que desejam fazer a profilaxia também devem passar por um acompanhamento médico, com exames, e aconselhamento com psicólogos e assistentes sociais. A PrEP só tem efeito se o comprimido for tomado todos os dias. Caso contrário pode não haver concentração suficiente de medicamento na corrente sanguínea para bloquear o vírus.
O medicamento é entregue gratuitamente pelo SUS a cada três meses, após uma avaliação médica. Para pessoas que tiveram algum contato com o vírus, o SUS indica a PEP (Profilaxia Pós- Exposição ao HIV).
Como a PrEP funciona?
A PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar seu organismo. Se você tomar PrEP diariamente, a medicação pode impedir que o HIV se estabeleça e se espalhe em seu corpo. Porém, deve-se ficar atendo às outras infecções sexualmente transmissíveis que o remédio não bloqueia a contaminação.
Quem pode usar a PrEP?
A PrEP não é para todos. Ela é indicada para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV. Você deve considerar usar a PrEP se:
Fizer parte de uma dessas populações-chave
Gays e outros homens que fazem sexo com homens(HSH)
Pessoas Trans
Trabalhadores(as) do sexo.
E, além disso, se você
Frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais)
Tem relações sexuais, sem camisinha, com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento
Faz uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV)
Apresenta episódios frequentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Infecções Sexualmente Transmissíveis
Desde que os comprimidos foram disponibilizados, a sensação de proteção e “sexo seguro” ocasionada pelo uso da PrEP vem sendo associada a uma diminuição no uso do preservativo. E o aumento no número de casos de HPV e outras ISTs, sugere que a não utilização da camisinha é algo anterior à PrEP. Os hospitais devem fazer notificação de novos casos de portadores do HIV e Sífilis. Porém, doenças como clamídia e gonorreia possuem estimativas alarmantes. Em 2017, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, o CDC, divulgou que nos Estados Unidos, os números de episódios de sífilis, gonorreia e clamídia registraram, em apenas um ano, aumento de 15,1%, 5,1% e 2,8%, respectivamente. Quando descoberta em estágios iniciais, a sífilis, por exemplo, pode ser extinta com poucas doses de antibiótico.
Quanto maior for o trabalho de prevenção, mais fácil, barato e eficaz será o tratamento.
O Diagnóstico Molecular e as ISTs
A precisão e a alta sensibilidade do teste molecular permitem a detecção dos patógenos em amostras onde geralmente não são percebidos com facilidade, aumentando as chances de um diagnóstico preciso. Os testes baseados na tecnologia de PCR em Tempo Real são capazes de detectar, em uma única reação de amostra, os diferentes patógenos causadores das principais ISTs. Em alguns casos, os testes moleculares são capazes de detectar o DNA do agente patológico, mesmo que a pessoa não tenha desenvolvido a doença. Essa metodologia tem-se mostrado muito eficiente e confiável no diagnóstico precoce de infecções e doenças.