Vírus Epstein-Barr: da doença do beijo à esclerose múltipla

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O Epstein-Barr (EBV) ganhou destaque, recentemente, após a cantora Anitta confirmar o diagnóstico de infecção pelo vírus. A quantidade de notícias sobre o caso levantou dúvidas acerca do patógeno, principal causador da Mononucleose, conhecida como “doença do beijo”, e que pode evoluir para um quadro de esclerose múltipla. Neste cenário, o diagnóstico precoce, através da biologia molecular, é fundamental para reduzir a probabilidade de complicações.

Compreendendo o vírus Epstein-Barr

O vírus Epstein-Barr (EBV), membro da família Herpesviridae, é transmitido pela saliva e infecta células epiteliais da orofaringe, nasofaringe, glândulas salivares e ainda linfócitos B. O vírus está associado, principalmente, à mononucleose infecciosa na adolescência, mas também pode estar relacionado a outros tumores.

Estudos revelam que aproximadamente 90% da população mundial é infectada por esse vírus em algum momento da vida, sendo a grande maioria assintomática. Em indivíduos imunocomprometidos, tais como receptores de transplante e pacientes portadores de HIV, a alta replicação do EBV é o principal fator predisponente para o desenvolvimento de uma ampla gama de transtornos linfoproliferativos de células B, como o linfoma de Burkitt, carcinoma nasofaríngeo e linfoma Hodgkin e não-Hodgkin.

Relação do Epstein-Barr com a esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que afeta o cérebro, a retina e a medula espinhal. Isso quer dizer que o sistema imunológico ataca uma barreira protetora envolvendo neurônios, chamada mielina, e obstrui a transmissão de comandos cerebrais para o resto do corpo, levando a um procedimento chamado de desmielinização.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a estimativa no Brasil é de 15 casos de esclerose múltipla por 100 mil habitantes, sendo a maioria jovens. A infecção é um dos principais fatores que levam à incapacidade neurológica e os primeiros sinais costumam surgir entre os 20 e os 40 anos de idade.

Um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Harvard, em Massachusetts, nos EUA, aponta que o Epstein-Barr (EBV) pode desencadear a esclerose múltipla. Para chegar a este resultado, foram analisados mais de 10 milhões de militares. Após as pesquisas, foi constatado que o risco de uma pessoa ter a doença do sistema nervoso aumentou 32 vezes após a infecção pelo EBV

Confira o estudo completo:

Após vinte anos de análises, o estudo foi publicado, no início de 2022, na Revista Science, que é uma das plataformas acadêmicas mais prestigiadas do mundo. Segundo o principal autor da pesquisa, Alberto Ascherio, que é pesquisador italiano e professor de Epidemiologia e Nutrição de Harvard, “este é um grande passo que sugere que a maioria dos casos de esclerose múltipla pode ser prevenida com a interrupção da infecção pelo EBV e que pode levar à descoberta de uma cura para a esclerose múltipla.”

Solução em diagnóstico molecular da Mobius 

A Mobius disponibiliza uma solução capaz de identificar a infecção pelo Epstein-Barr. O Kit XGEN Master EBV é um teste in vitro para a detecção quantitativa do DNA do vírus. A medição diferencia os portadores saudáveis, com baixos níveis de carga viral, dos portadores com elevada taxa de replicação viral, responsável pelas doenças relacionadas com EBV.

O Diagnóstico Molecular por PCR em tempo real (qPCR) é uma variação da técnica de PCR (Polymerase Chain Reaction), em que o resultado é visualizado ao mesmo tempo em que ocorre a amplificação da sequência de interesse do DNA, com a capacidade quantificar os patógenos detectados com maior precisão.

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