A mononucleose é uma doença infecciosa transmitida pelo contato direto com a saliva, por isso, é conhecida popularmente como a doença do beijo. Outras formas possíveis de transmissão são por meio de objetos contaminados e transfusão de sangue.
A princípio, o vírus causador da doença é o Epstein-Barr (EBV) e pode ficar incubado até 45 dias antes de apresentar sintomas como febre, dor de garganta, placas esbranquiçadas na garganta e língua. Outros sintomas são tosse, perda de apetite e em casos mais graves inflamação do fígado e hipertrofia do baço.
Antibióticos podem piorar o quadro
A doença do beijo pode ser confundida com uma amidalite. De fato, se for erroneamente tratada com antibióticos, pode levar a piora do quadro com o aparecimento de erupções cutâneas.
O tratamento de uma infecção viral como esta deve ser feita de tal forma a combater os sintomas com o uso de analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e bastante repouso.
O EBV permanece para sempre no organismo
Certamente, mesmo após o tratamento e desaparecimento dos sintomas, o EBV permanece no organismo de forma latente.
O vírus pode reaparecer anos mais tarde e evoluir para algum outro tipo de infecção ou até mesmo câncer na região da boca ou garganta, caso o sistema imunológico esteja comprometido ou enfraquecido.
Estas são algumas situações em que o EBV pode ser reativado:
Transplante de órgão
Para receber o novo órgão e não ser rejeitado, o paciente precisa tomar imunossupressores. Com o sistema imunológico enfraquecido, o vírus oportunista pode aparecer. Cerca de 3 a 5% dos transplantados de rim e fígado apresentam EBV e precisam diminuir o regime de imunossupressão, além de se submeterem a tentativas de terapêutica antiviral.
Portadores de HIV
Um estudo publicado na revista da Associação Médica Brasileira mostra que o EBV foi detectado em 48% dos pacientes HIV positivos. Ao passo que a alta replicação do EBV é o principal fator predisponente para o desenvolvimento de uma ampla gama de transtornos linfoproliferativos de células B, como o linfoma de Burkitt, carcinoma nasofaríngeo e linfoma Hodgkin e não-Hodgkin.
Como descobrir se o vírus será reativado?
O teste molecular consegue fazer a medição quantitativa do DNA do EBV no organismo do paciente infectado. Dessa forma, diferencia os portadores saudáveis, com baixos níveis de carga viral, dos portadores com elevada taxa de replicação viral, que estão mais suscetíveis a doenças relacionadas ao EBV.
Em resumo, detecção precoce do EBV e o monitoramento da carga viral é crucial para um tratamento eficaz e alteração da terapia com a droga imunossupressora que pode resultar na regressão da doença proliferativa.
Deste modo, o teste molecular, que utiliza a metodologia de PCR em Tempo Real, é uma ferramenta útil para o diagnóstico precoce de infecção por EBV devido à alta sensibilidade e especificidade.
A Mobius Life Science, fabricante brasileira de diagnósticos moleculares, tem em seu portfólio um kit específico que fornece a laboratórios a possibilidade de fazer a quantificação do EBV. De fato, diversos laboratórios brasileiros já utilizam esta metodologia para detectar o vírus quando este apresenta riscos ao paciente.
Links:
Vírus Epstein-Barr na mucosa oral de pacientes positivos para o vírus da imunodeficiência humana. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2014, vol.60, n.3, pp.262-269. ISSN 0104-4230.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302014000300262&script=sci_abstract&tlng=pt
https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/mononucleose-febre-do-beijo-entrevista/