Além dos cuidados contínuos que precisamos ter com a COVID-19, no inverno é comum o aparecimento de infecções respiratórias, que se agravadas podem se tornar uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Dentre os principais agentes etiológicos que resultam em SRAG, estão o SARS-CoV-2 em adultos e o H1N1 em crianças.
Síndrome gripal
A SRAG é uma complicação da síndrome gripal. Os sintomas geralmente são febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia.
A evolução para Síndrome Respiratória Aguda acontece quando o paciente apresenta os sintomas acima e mais algum dos sintomas abaixo:
• Dispneia;
• Desconforto respiratório;
• Insuficiência respiratória;
• Saturação de oxigênio menor que 95%;
• Exacerbação de doença preexistente.
Aumento de casos no Brasil
De acordo com boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de janeiro a maio de 2020 houve mais de 168 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda, sendo mais de 52 mil causados pelo vírus SARS-CoV-2 e outros 58 mil sem causa especificada.
Realidade muito diferente de 2019, quando de janeiro a maio foram registrados apenas 9.400 casos de Síndrome Respiratória Aguda sem causa especificada.
Quais vírus podem levar a uma SRAG?
Coronavírus
A pandemia de COVID-19 tornou a Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) uma das principais causas de morte no Brasil em 2020.
A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria dos pacientes com COVID-19 (cerca de 80%) podem ser assintomáticos e cerca de 20% dos casos podem requerer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória. Desses casos, aproximadamente 5% podem necessitar de suporte para o tratamento de insuficiência respiratória (suporte ventilatório).
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
Ainda não há vacina ou remédio que combata com eficácia o SARS-CoV-2.
Vírus Influenza
O vírus Influenza é o que causa a gripe. Ele pode propagar-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Existem quatro tipos de vírus influenza: A, B, C e D.
O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, principalmente no inverno, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.
Estes vírus são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N).
Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1) pdm09 e A (H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam humanos.
Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.
Já o Influenza B infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem ser divididos em 2 principais grupos (as linhagens), denominados linhagens B Yamagata e B Victoria. Os vírus da gripe B não são classificados em subtipos.
Sendo assim, os principais sintomas da gripe são: febre, dores no corpo, tosse, coriza e dor de garganta.
A forma mais eficaz de prevenir a gripe é tomando a vacina sazonal, pois evita quadros graves e mortes. A vacina é frequentemente alterada para que possa ser eficaz e consiga combater as mutações do vírus Influenza.
O Sistema Único da Saúde oferece vacinação gratuita para grupos de risco que abrange Influenza:
– A/Brisbane/02/2018 (H1N1) pdm09),
– A/South Australia/34/2019 (H3N2) e
– B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria)
Em laboratórios particulares também é possível tomar vacina da gripe, alguns deles com abrangência ainda maior de genótipos virais.
Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2020 cerca de 1,8 mil pacientes tiveram SRAG causado pelo vírus Influenza.
Adenovírus
O adenovírus geralmente se instala nas vias respiratórias causando resfriados e em casos mais complicados bronquite e pneumonia.
A princípio, os adenovírus são geralmente adquiridos por meio de contato com secreções, inclusive transmissão pela mão de uma pessoa infectada ou por contato com um objeto contaminado, como toalha ou maçaneta.
A maioria das infecções por adenovírus ocorre nas crianças, causando febre e sintomas respiratórios altos, como faringite, otite média, tosse e amigdalite. Os tipos 3 e 7 do adenovírus causam uma síndrome diferente de conjuntivite, faringite e febre (febre da faringo conjuntivite).
Vírus sincicial respiratório
Primordialmente, o Vírus sincicial respiratório (RSV) é um vírus de RNA, classificado como um pneumovírus com subgrupos A e B.
O RSV é onipresente; quase todas as crianças são infectadas até os 4 anos de idade. Epidemias ocorrem anualmente no inverno ou no começo da primavera em climas temperados. Como a resposta imunitária ao RSV não protege contra reinfecção, a taxa de ataque é de aproximadamente 40% para todas as pessoas expostas.
Contudo, anticorpos contra RSV diminuem a gravidade da doença. RSV é a causa mais comum de doença do trato respiratório inferior em crianças pequenas e é responsável por mais de 50 mil hospitalizações anuais nos EUA em crianças com menos de 5 anos de idade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o RSV é responsável por cerca de 60 milhões de infecções com 160 mil mortes anuais em todo o mundo.
Similarmente, o Metapneumovírus humano (MPVh) é um vírus, mas classificado de maneira diferente. A epidemiologia sazonal do MPVh parece ser semelhante à do RSV, mas a incidência da infecção e da doença parece ser substancialmente menor.
Detecção molecular
Assim como detecta a COVID-19, o teste molecular é altamente recomendado para detectar os patógenos causadores de outras infecções respiratórias.
A metodologia utilizada se chama PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) que faz a amplificação do material genético do vírus, produzindo milhões de cópias até que se obtenha a quantidade suficiente de produto para análise e obtenção do resultado preciso de qual é o agente causador da infecção respiratória.
Se a equipe médica tem o diagnóstico correto, pode realizar uma terapêutica mais assertiva e humanizada ao paciente.
A Mobius Life Science, fabricante brasileira de diagnósticos moleculares tem mais de 50 tipos diferentes kits em seu portfólio, inclusive o Painel Respiratório 20, que com apenas uma amostra do paciente consegue identificar 20 patógenos causadores de infecções respiratórias, incluindo a detecção do vírus Influenza, Adenovírus, RSV e outros.