Trombose e Covid: qual é a relação?

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Indivíduos infectados com Covid podem apresentar distúrbios de coagulação, aumentando o risco de trombose. Apesar de ser uma condição grave, a notícia boa é que existem formas de prevenção e tratamento, principalmente quando descoberta precocemente.

Por que isso acontece?

A infecção pelo coronavírus pode despertar uma reação exagerada do organismo. A princípio, as células de defesa liberam substâncias inflamatórias, como as citocinas, para conter o vírus. O corpo é “bombardeado” com estas células de defesa que são liberadas pela corrente sanguínea.

As citocinas podem agredir o endotélio, tecido que fica no interior dos vasos sanguíneos. Muitas vezes o próprio vírus pode danificar o endotélio. A reação do corpo para restaurar o vaso sanguíneo é ativar uma cascata de coagulação.

Nesse sentido, o problema é que pode ocorrer um desequilíbrio desta coagulação, que geralmente é chamada de complicação trombótica. Ou seja, isso ocorre quando um coágulo interrompe a circulação do sangue ou se desprende e dificulta a circulação em outros vasos.

Qual é a média desses casos?

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) de 2020 identificou que 39% dos angiologistas e cirurgiões vasculares atenderam ao menos um caso de trombose venosa ou embolia com teste positivo para a Covid-19.

“Já foi estudado e comprovado que chega a ser três vezes maior a incidência de tromboembolismo venoso em pacientes com Covid-19 severo, mesmo quando comparado com outros pacientes graves em ambiente de UTI, mas que não possuem a doença infecciosa. Também houve um aumento de eventos de isquemia arterial aguda por trombose arterial”, relata o cirurgião vascular e membro da Comissão de Tromboembolismo Venoso da SBACV, Dr. Ivan Benaduce Casella.

Sintomas da trombose causada pela Covid

O neurointensivista da Rede D’Or São Luiz, Pedro Kurtz, explica neste site que as pernas e os pulmões são os mais frequentemente acometidos por trombose ocasionada pela Covid-19. Alguns dos sinais que merecem atenção são:

Inchaço das pernas e extremidades arroxeadas;

Falta de ar e queda na oxigenação do sangue, pois apontam para comprometimento do pulmão.

“Se ocorrerem sinais ou sintomas em pacientes com Covid que possam indicar trombose, ou seja, anormalidade no fluxo sanguíneo, deve-se procurar o hospital rapidamente para realizar exames diagnósticos”, diz o médico.

Primordialmente a medicação costuma ser à base de anticoagulantes. Quanto antes ocorrer a busca por atendimento e tratamento, melhores as chances de recuperação.

De maneira geral, os grupos mais vulneráveis são obesos, diabéticos, hipertensos e tabagistas.

Carla Prata teve trombose após Covid

A ex-dançarina de palco do Domingão do Faustão, Carla Prata, foi infectada pelo novo coronavírus em setembro de 2020. Dois meses depois Carla foi internada por conta de uma trombose.

A princípio, ela relatou que sentiu uma dor insuportável na coxa direita. Quando buscou ajuda médica foi identificado que estava com trombose. “Eu passei por um susto muito grande, não queria ter isso”, contou Carla para IstoÉ Gente.

“Para quem teve Covid-19, particularmente nas formas mais severas, há uma tendência de risco de eventos de trombose venosa nas quatro semanas após o período de recuperação. Então, essas pessoas devem prestar atenção em edemas (inchaço) unilaterais – de uma única perna –, ou sintomas súbitos ventilatórios, quando a pessoa sente falta de ar ou dor torácica. Esses são alguns dos sintomas de tromboembolismo venoso”, alerta Dr. Ivan Benaduce Casella.

Esta é a publicação que Carla conta o que aconteceu:

Diagnóstico molecular para rastreamento

Frequentemente o teste molecular pode auxiliar na detecção de condições genéticas prévias de um risco aumentado a fatores de coagulação relacionados à trombofilia.

Os kits da XGEN além de apresentar rapidez e sensibilidade para o diagnóstico permitem identificar diversos fatores de coagulação  através da metodologia de PCR em Tempo Real.  Por exemplo, entre eles estão o kit para identificação da Protrombina (Fator II), Fator V de Leiden, enzima MTHFR C677T, MTHFR A1298C e plasminogênio tipo 1 (PAI-1).

Portanto, solicite a seu médico este tipo de exame principalmente se já tem alguém da família com histórico de trombose. Outras situações importantes são os abortos repetitivos ou se deseja utilizar a pílula anticoncepcional como método de prevenção à gravidez.