Vitiligo: fator genético influencia o aparecimento da doença

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O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda de coloração da pele. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) dizem que a doença afeta 0,5% da população brasileira, ou seja, cerca de 1 milhão de pessoas, segundo estimativa do IBGE.

Aproximadamente 20% dos pacientes com vitiligo têm pelo menos um parente de primeiro grau com a doença, por isso, “é considerada uma doença genética, crônica e de origem autoimune. Ou seja, o organismo não reconhece os melanócitos e os destrói. Os melanócitos são células que produzem melanina, que é a ‘tinta’ que dá cor à pele”, explica Caio de Castro, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professor da PUC-PR.

Origem no HLA

O sistema de histocompatibilidade humano (HLA – human leukocyte antigens) está associado com a proteção ou susceptibilidade a várias doenças conhecidas como autoimunes. Da mesma forma, na dermatologia, esse sistema também desempenha um papel importante na patogenia de várias doenças.

Existem relatos na literatura de associação positiva do vitiligo com o antígeno HLA-DR4 e negativa com o HLA-DR3.

Trabalhos apontam diversidades na associação do sistema antígeno leucocitário humano com relação à idade de apresentação, presença de história familiar e manifestações clínicas. O antígeno HLA-DR4 é mais frequente em indivíduos com a manifestação precoce (antes dos 20 anos), enquanto o antígeno HLA-DRw6 é associado com o desenvolvimento tardio. Indivíduos com lesões extensas apresentavam maior frequência dos antígenos HLA-A30 e – Cw6. E para a forma acrofacial da doença, estudos apontam associação do antígeno HLA-DR7.

“As pessoas nascem com uma tendência genética para ter vitiligo, não é qualquer pessoa que pode ter vitiligo. Não é uma doença contagiosa, se você não tem a tendência genética você nunca vai ter a doença”, esclarece Castro.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é essencialmente clínico realizado por um dermatologista, que pode classificar o tipo de vitiligo, se há uma doença autoimune associada e indicar o tratamento mais adequado.

“Traumas psicológicos, traumas mecânicos, queimaduras solares também podem desencadear a doença”, explica Castro.

Primordialmente, as manchas aparecem geralmente próximo a boca, nariz, joelhos e cotovelos. O tratamento pode ser realizado com fototerapia e com medicações à base de corticoide, dependendo da avaliação médica.

(img/ref.: mãos com vitiligo / James Heilman, MD)

Estigma e aceitação

Ainda algumas pessoas sofrem preconceito por conta da doença. Por outro lado, há vários grupos de apoio para quem tem vitiligo com foco no resgate da autoestima.

Um desses é o projeto Extraordinárias Cores, idealizado por Beth Filippelle, que incentiva mulheres com vitiligo a se amarem por meio da fotografia.

“São mulheres que também tiveram sonhos interrompidos e pela fotografia elas conseguem se ver de uma maneira diferente, sem se preocupar com a manchas”, explica Beth ao Blog da Saúde.

Outro projeto com o mesmo objetivo é o #Sejasuamarca que reúne relatos em vídeos de diversos portadores da doença.