A palavra câncer assusta muita gente. Mas é sabido que diagnosticar e tratar um tumor precocemente aumenta muito as chances de cura. Nesse mês de abril, trazemos o alerta de três cânceres, três laços.
O câncer de cabeça e pescoço é representado pelo laço vermelho e branco, o de esôfago tem o laço azul claro , já o de testículo o laço lilás. Saiba um pouco mais como cada um deles se desenvolve e os principais fatores de risco. Lembrando que, pequenas mudanças de hábito ajudam a prevenir a maioria dos cânceres: manter uma alimentação saudável, não exagerar no álcool, fazer exercícios regularmente e não fumar.
Câncer de cabeça e pescoço é o nome que se dá ao conjunto de tumores que se manifestam no nariz/vias nasais, boca e cavidade oral, faringe, glândulas salivares e laringe. Embora diferentes tipos de tumores possam se desenvolver nessa região, o carcinoma epidermoide é o mais frequente. Responsável por mais de 90% dos casos, apresenta relação mais clara com o fumo e o álcool. Origina-se nas células que recobrem a mucosa de toda a região da cabeça e do pescoço. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em geral os tumores de cabeça e pescoço são mais frequentes em homens acima dos 40 anos de idade e representam o segundo tipo da doença com maior incidência na população masculina.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca são tabagistas. O cigarro representa o maior risco para o desenvolvimento dessa doença, e o risco varia de acordo com o consumo. Quanto mais frequente for o ato de fumar, maiores serão as chances de desenvolver. Muito associado ao cigarro, o consumo de bebidas alcoólicas também é um fator crítico para o aparecimento destas lesões.
A relação entre o HPV (Papilomavírus Humano) e o câncer de cabeça e pescoço vem se tornando cada vez mais comum, sendo observada em 10% a 30% dos casos. A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital. Nesses casos o vírus ataca a mucosa da boca e garganta.
Outro vírus associado a este tipo de câncer é o Epstein-Barr (EBV). A maioria das pessoas tem o primeiro contato com esses vírus ainda na infância e raramente apresentam sintomas. Contudo, depois da infeção primária, o vírus permanece no organismo em estado de latência. O EBV está fortemente associado ao carcinoma nasofaríngeo principalmente em pacientes imunocomprometidos (transplantados e HIV positivos).
O esôfago é um órgão muscular com aproximadamente 30 cm de comprimento, semelhante a um tubo, que comunica a faringe com o estômago. Sua função é transportar alimento e líquidos de um órgão ao outro. É dividido em três terços: superior, médio e inferior. O câncer de esôfago começa na mucosa (camada interna) e se desenvolve através da submucosa e a camada muscular. Por proximidade, pode comprometer órgãos vizinhos como brônquios pulmonares, traqueia e estômago.
Na maioria dos casos, é diagnosticado em função dos sintomas. Infelizmente, a presença dos sintomas indicam o estágio avançado da doença, quando a cura e o tratamento são mais difíceis de serem efetivados. Os principais sintomas são: dificuldade e /ou dor para engolir alimentos, perda de peso, arrotos e sensação de má digestão, rouquidão persistente, náusea e vômitos. Não existem testes de triagem para esse câncer. Os pacientes com suspeita devem ser submetidos à endoscopia com citologia e biópsia.
O câncer de testículo pode se desenvolver em um ou ambos os testículos de homens jovens. É um tipo de câncer altamente tratável e curável. Mais de 90% dos cânceres de testículo se desenvolvem nas células germinativas, que produzem o esperma. E existem dois tipos principais de tumores de células germinativas: seminomas e não seminomas.
O câncer de testículo secundário é quando a doença começa em outro órgão e se dissemina para o testículo. Eles são nomeados e tratados com base no local de origem. O linfoma é o câncer de testículo secundário mais comum e ocorre com mais frequência em homens com mais de 50 anos. O prognóstico depende do tipo e estágio da origem da doença.
As causas ainda não são conhecidas, porém existem fatores de risco que aumentam as chances para o câncer de testículos. Um dos principais pode ser associado a criptorquidia (quando o testículo não desce para a bolsa escrotal). O principal sintoma do câncer testicular é o aumento do volume da bolsa escrotal e/ou a presença de caroços, geralmente indolores.
Infelizmente o homem, muitas vezes deixa a saúde pessoal de lado e não realiza os exames preventivos. Por isso, mais da metade dos pacientes com tumor testicular chegam ao médico com a doença em estado avançado. Embora seja alta essa frequência, os pacientes apresentam possibilidade de cura em aproximadamente 75% dos casos. Por isso o autoexame dos testículos é um hábito muito importante na prevenção deste tipo de câncer e deve ser realizado mensalmente.