O câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes na faixa de 5 a 19 anos no Brasil. Segundo especialistas, uma das alternativas para mudar esse dado é a atenção aos sinais e sintomas, uma vez que em crianças e jovens a doença tem evolução rápida. No entanto, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado proporcionam chances de até 70% de cura.
As diferenças entre os cânceres infantis e de adultos consistem principalmente nos aspectos morfológicos (tipo do tumor), comportamento clínico (evolução) e localizações primárias (origem do câncer). Nas crianças e adolescentes, a neoplasia geralmente afeta as células do sistema sanguíneo, o sistema nervoso e os tecidos de sustentação. Nos adultos, as células epiteliais, que recobrem os órgãos, são as mais atingidas. No câncer em adultos, sabe-se da ocorrência de mutações em decorrência de fatores ambientais, mas no câncer pediátrico, ainda não há estudos conclusivos sobre a influência desse aspecto.
O câncer infanto-juvenil engloba vários tipos de câncer. Os mais comuns são: as leucemias, que representa o maior percentual de incidência (26%), seguida dos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central (SNC) (13%).
Ataca os glóbulos brancos – leucócitos – encarregados pela defesa do organismo (maior incidência entre 1-4 anos).
Atinge a linfa, componente do sangue que atua na nutrição celular (maior incidência entre 15-19 anos).
Acomete o encéfalo e medula espinhal, obstruindo o fluxo de líquidos cerebrais (maior incidência entre 5-9 anos).
Ataca a retina (olhos) (maior incidência entre 0-1 anos).
Impacta o Sistema Nervoso Periférico, ocasionando a formação de caroços (maior incidência entre 0-1 anos).
Ataca os rins (maior incidência entre 1-4 anos).
Agride os ossos, principalmente a área ao redor dos joelhos, e se propaga para os pulmões (maior incidência entre 10-14 anos).
Atinge os músculos (maior incidência entre 15-19 anos).
Na fase inicial, os sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil podem se assemelhar a sintomas de doenças comuns da infância. Logo, é importante sempre avaliar.
Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea
Caroços ou inchaços – especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção
Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna
Alterações oculares – pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos
Inchaço abdominals
Dores de cabeça, especialmente se incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias)
Dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção
Fadiga, letargia, ou mudanças no comportamento, como isolamento
Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação
SE ESSES SINTOMAS ESTIVEREM PRESENTES PROCURE UMA AVALIAÇÃO MÉDICA
É na busca pela cura que a criança se depara com inevitáveis mudanças em sua rotina. Passando a vivenciar longas permanências em hospitais, a convivência com pessoas não familiares, a prática de procedimentos desconfortáveis, alterações em sua dieta, distanciamento de familiares, amigos, colégio. O adolescente, por sua vez, percebe as alterações em sua imagem, o que transforma sua maneira de ser, e o faz viver num mundo novo e assustador.
Cada dia de tratamento é um novo desafio também para a família, que se une e se disponibiliza a permanecerem juntos, aprendendo a conviver com as limitações impostas pela doença e pelo tratamento, passando por angústias e incertezas que permeiam esse processo.
Descobrir um câncer não é fácil para ninguém. E ter medo do incerto, é normal. Mas é necessário manter a positividade e ter o suporte e companhia de pessoas queridas durante todo o processo. Ajuda a deixar o ambiente mais leve e diminui a sensação de solidão. Amor, carinho e atenção é o melhor remédio.
Descobrir a doença quando ela ainda está no início representa a possibilidade de qualidade de vida após a cura. A informação e a atenção são nossos maiores aliados na luta contra o câncer.
Prevenção Câncer Infantil | Campanha Setembro Dourado