A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,5 milhões de pessoas morrem em decorrência da doença todos os anos, superando até mesmo as mortes por AIDS/HIV. Uma das maiores armas no combate à doença é a informação e o diagnóstico precoce e eficiente.
Você sabia que a tuberculose pode afetar outros órgãos do corpo além dos pulmões?
A doença pode se manifestar em diversos órgãos do corpo, como rins, fígado, pele, intestino, ossos, sendo chamada de tuberculose extrapulmonar. No entanto, a sua forma pulmonar é a mais preocupante e um grande problema de saúde pública.
Para alertar a população sobre os perigos da doença, o dia 24 de março foi estipulado como o Dia Mundial do Combate à tuberculose. Este evento anual comemora a data em 1882, quando o Dr. Robert Koch anunciou sua descoberta do Mycobacterium tuberculosis, o bacilo que causa a tuberculose.
Podcast sobre Tuberculose com Dr. Julio Henrique Rosa Croda
Vice-Presidente da Rede-TB
Só no Brasil, a tuberculose atinge aproximadamente 70 mil pessoas todos os anos e leva à morte mais de 4 mil delas.
“O Brasil é responsável por 1/3 de todos os casos de tuberculose nas Américas. A incidência da doença está em torno de 30 a 40 casos por 100 mil habitantes. Existe uma redução gradual de 1,2% ao ano, que vêm ocorrendo nos últimos 10 anos, mas a taxa ainda é muito pequena se comparada com as metas estabelecidas junto à OMS. O objetivo é chegar a 10 casos por 100 mil habitantes até 2035, com uma redução de 95% dos óbitos e incidência da tuberculose. Entretanto, será preciso intensificar os esforços de combate à doença tanto na assistência ao paciente, quanto com investimento em pesquisa.” esclarece Dr. Julio Henrique Rosa Croda, médico infectologista e Vice-Presidente da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (REDE-TB).
Para a nova era do controle da tuberculose, a OMS redefiniu a classificação de países prioritários para o período de 2016 a 2020. Das três listas estabelecidas, o Brasil aparece em duas delas, ocupando a 20ª posição na classificação de carga da doença e a 19ª quanto à coinfecção TB/HIV.
“A tuberculose está concentrada nas populações mais vulneráveis, a exemplo das periferias de grandes cidades, população carcerária e portadores de HIV. É exatamente nesses casos que o acesso à saúde fica muito comprometido. Não há o diagnóstico, o que aumenta a incidência e transmissão da doença”, afirma Dr. Croda.
Para o médico, a Rede TB tem grande papel na mudança desse cenário. “Somos uma instituição não governamental sem fins lucrativos que auxilia o desenvolvimento de novos medicamentos, novas vacinas e testes diagnóstico, mas também buscamos a implantação de novas estratégias de controle de tuberculose através de um olhar diferenciado e da mobilização social”. A Instituição também está realizando ações alusivas ao dia mundial de combate à Tuberculose que você pode conferir no site http://www.redetb.org.br/
A tuberculose atinge 70 mil pessoas todos os anos no Brasil
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea. Quando uma pessoa com tuberculose pulmonar tosse, fala ou espirra, ela expele gotículas contaminadas com o bacilo. A pessoa que estiver próxima, ao respirar, pode inspirar o bacilo para o seu pulmão.
O contato direto e permanente com o paciente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, representa uma maior chance de infecção.
Pessoas com as defesas naturais comprometidas, como os diabéticos e os infectados pelo vírus da AIDS, têm uma possibilidade maior de contaminação, por isso, devem estar mais atentas aos sintomas da tuberculose.
O diagnóstico da tuberculose nem sempre é fácil. Tosse, febre, sensação de mal-estar e perda de peso podem ser confundidos com outros problemas de saúde. Enquanto isso, o paciente continua transmitindo o bacilo causador da doença.
Entretanto, assim que o diagnóstico é realizado e o tratamento iniciado, de 2 a 4 semanas o paciente já apresenta sinais de melhora e não transmite mais o bacilo. O grande problema está justamente na adesão ao tratamento.
Por ter duração mínima de 6 meses, a desistência dos pacientes pode resultar em resistência aos medicamentos. Como os sintomas são eliminados nas primeiras semanas, a pessoa acredita que não precisa continuar com a medicação.
O que acontece é que a carga de bacilos diminui, mas eles ainda estão presentes. Assim, quando a pessoa abandona o tratamento, os bacilos que sobreviveram voltam e se reproduzir, geralmente numa forma mutante, ocasionando a resistência aos medicamentos e precisando de outras drogas para combater o bacilo. É o que chamamos de Tuberculose Multidroga Resistente, TB-MDR.
A maioria dos casos de multirresistência é adquirida por tratamento irregulares e abandono. A OMS estima ainda que apenas cerca de 2% – 5% dos casos de multirresistência sejam corretamente diagnosticados e tratados.
“Estamos vivendo a preocupação da tuberculose multidroga resistente que teve aumento progressivo nos últimos anos. A taxa de cura nesses casos é muito menor, de 40 a 50% apenas. No Brasil, os dados são imprecisos porque o acesso a esse tipo de diagnóstico adequado da resistência é prejudicado. Essa demora impacta diretamente no sucesso do tratamento e nas elevadas taxas de mortalidade”, explica o Dr. Croda.
A tuberculose resistente acontece quando há o abandono do tratamento ou ele não é feito da forma correta.
Uma das ações para se obter o sucesso no combate à tuberculose é a eficiência do diagnóstico. Quanto mais cedo a pessoa infectada inicia o tratamento adequado, maiores são as chances de cura.
Diversos exames podem ser realizados para o diagnóstico da tuberculose: a radiografia de tórax, a cultura em meio líquido ou sólido e, o mais utilizado, a baciloscopia, também chamada de exame de escarro. No entanto, essas formas de diagnóstico têm suas limitações e normalmente atendem a apenas um requisito, ou são sensíveis (representa o quanto é eficaz em identificar corretamente) ou são rápidas.
Aponta a suspeita da doença, mas precisa de exames laboratoriais para comprovação da tuberculose. Um exame sensível, porém pouco específico.
Possibilita o crescimento bacteriano. Tem uma sensibilidade elevada, mas demora em torno de 30 dias para realizar o diagnóstico, podendo se estender por até 60 dias.
Um pouco mais rápida que a cultura pelo meio sólido. Também possui uma sensibilidade alta, mas leva em média 15 dias para efetivar o resultado, podendo se estender por até 42 dias.
Técnica simples, também chamada de teste de escarro. Tem menor sensibilidade do que as demais técnicas, principalmente se o material não for colhido da maneira adequada.
Detecta o DNA do M. tuberculosis, mesmo em pequena quantidade na amostra. Os resultados ficam prontos em menos de 3 horas. A técnica muito rápida e sensível, permite identificar também a resistências aos principais medicamentos utilizados na terapia.
Em apoio a essa luta, a Mobius traz as melhores técnicas no que se refere ao diagnóstico da tuberculose: a biologia molecular, muito mais rápida e sensível, e as tiras para detecção da tuberculose resistente às principais drogas de tratamento.
O teste por biologia molecular da linha XGEN concilia a sensibilidade com a rapidez no diagnóstico. Em apenas duas horas e meia é possível detectar o DNA do complexo Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum e M. microti) a partir de diversas amostras clínicas: escarro, lavado bronco alveolar, líquido cefalorraquidiano, tecidos, nódulos linfáticos, medula óssea, fezes e lavagem gástrica.
Outro fator importante é o diagnóstico molecular para a detecção de resistência aos medicamentos. Através da linha desenvolvida pela Hain é possível identificar o complexo Mycobacterium tuberculosis e sua resistência contra a rifampicina e isoniazida, drogas básicas no tratamento da tuberculose. As fitas Hain são recomendadas pela OMS para detecção de TB multidroga resistente (TB MDR) e extensivamente resistente (TB XDR).
Conheça mais sobre as soluções em diagnóstico para tuberculose da linha XGEN e Hain Lifescience.