Hoje é o Dia Mundial de Combate à Hepatite. Um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a doença é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
O Brasil registrou 40.198 novos casos da doença viral em 2017
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Mas ainda existem os vírus D e E, este último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem, por não apresentarem sintomas, tornando-se agentes transmissores ocultos da doença. Elas correm o risco da doença evoluir, tornando-se crônica, e causar danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente, fazer os exames de rotina e manter as vacinas em dia. Todas as formas de hepatite tem cura.
É uma infecção hepática altamente contagiosa causada pelo vírus da hepatite A (HAV). Pode variar de uma doença leve que dura algumas semanas até uma doença grave que dura vários meses. Embora rara, a hepatite A pode causar a morte, mais comum em pessoas com mais de 50 anos e em pessoas com histórico de outras doenças do fígado. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. O tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção.
A vacina é a melhor forma de prevenção contra a hepatite do tipo A. Faz parte do calendário de vacinas e é disponível pelo SUS. Outra forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene: lavar sempre as mãos, lavar bem os alimentos que se comem crus, evitar locais com esgoto aberto, lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras.
Em um ano, os casos mais que dobraram em homens de 20 a 39 anos
Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B também é uma doença infecciosa. Como o vírus está presente nos fluídos corporais, como sangue, esperma e leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Mas também pode ser transmitida da mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou amamentação. Pelo compartilhamento de seringas, agulhas, cachimbos, lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam, agulhas de tatuagem e colocação de piercings ou transfusão de sangue contaminado.
13.482 casos registrados em 2017
A doença pode se desenvolver de duas formas, aguda e crônica. A hepatite B aguda é uma doença de curta duração que ocorre nos primeiros 6 meses após a exposição ao vírus. Pode variar desde uma doença leve com poucos ou nenhum sintoma até uma condição séria que requer hospitalização. Algumas pessoas, especialmente adultos, são capazes de eliminar o vírus sem tratamento. As pessoas que eliminam o vírus tornam-se imunes e não podem ser infectadas pelo HBV novamente. A infecção aguda pode levar, mas nem sempre, à infecção crônica. Os profissionais de saúde consideram que a forma é crônica quando a doença dura mais de seis meses. Com o tempo, a doença crônica pode causar sérios problemas de saúde, incluindo danos ao fígado, cirrose, câncer de fígado e até a morte.
A maioria dos casos da doença também não apresentam sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde. Porém, a imunização só é efetiva quando se tomam as três doses. Use a camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhe objetos de uso pessoal.
Causada pelo vírus C (HCV), e assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. Porém, a transmissão sexual do HCV entre parceiros heterossexuais é muito pouco frequente, principalmente nos casais monogâmicos; sendo assim, a hepatite C não é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Porém, entre homens que fazem sexo com homens e na presença da infecção pelo HIV, a via sexual deve ser considerada para a transmissão do HCV.
Mais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C
Não existe vacina contra a hepatite C, mas para evitar a doença basta não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes. O diagnóstico precoce da doença amplia a eficácia do tratamento. 90% dos casos tem cura quando o tratamento é seguido corretamente.
A hepatite C também é uma doença silenciosa. E os sintomas, quando existentes, são muito similares com as outras hepatites. Quando a infecção pelo HCV persiste por mais de seis meses, o que é comum em até 80% dos casos, caracteriza-se a evolução para a forma crônica. Cerca de 20% dos infectados cronicamente pelo HCV podem evoluir para cirrose hepática e cerca de 1% a 5% para câncer de fígado.
A hepatite E é relatada esporadicamente no Brasil. Assim como a A, a sua transmissão é oral-fecal e as formas de prevenção são semelhantes. Esse tipo pode afetar rebanhos de suínos e os cuidados com o consumo de água tratada e o bom cozimento dos alimentos principalmente carne de porco, é essencial para a prevenção desta infecção.
A hepatite D, também conhecida como “hepatite delta”, ocorre apenas em pessoas infectadas com o vírus HBV, porque o HDV é um vírus incompleto que requer a função auxiliar do HBV para se replicar. A hepatite D é transmitida através de contato com sangue infectado e pode ser adquirida como uma coinfecção com HBV ou como superinfecção em pessoas com infecção por HBV. Não existe vacina contra a hepatite D, porém, a vacina contra hepatite B evita a infecção.