O câncer cervical, também chamado de câncer do colo do útero, está associado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais.
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST), e infelizmente é muito comum. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que entre 2016/2017, ocorreram 16.340 novos casos de câncer cervical.
É a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil
Estima-se que 600 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV e que 75% a 80% da população adquirem um ou mais tipos em algum momento da vida, sendo a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo todo.
O HPV está envolvido em aproximadamente 100% dos casos de câncer do colo do útero. Existem pelo menos 13 tipos de HPV considerados oncogênicos, chamados de alto risco. Os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer cervical.
Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas. Ele pode permanecer no organismo durante anos sem qualquer manifestação e esta é uma grande preocupação, uma vez que pode evoluir silenciosamente para o câncer.
O câncer inicial ou mesmo o pré-câncer também não costumam apresentar sintomas e são somente detectados pelos exames de rotina femininos.
O SUS oferece a vacina quadrivalente contra o HPV, que protege contra os 4 tipos de vírus mais comuns no Brasil: 6, 11, 16 e 18
Uma maneira comprovada para prevenir o câncer cervical é a realização de exames, como o Papanicolau e HPV, para detectar a presença de lesões pré-cancerosas antes que elas se transformem em tumores malignos. Uma lesão pré-cancerosa encontrada pode ser tratada.
Encontrar essas mudanças e tratá-las irá reduzir muito as chances de desenvolver câncer cervical. Vale ressaltar que o exame não é feito para detectar o câncer do colo do útero, mas detectar lesões pré-cancerosas. Quando células anormais são identificadas o médico pode tomar medidas para descobrir a causa dessas alterações e tratar a doença antes que evolua para um câncer.
A mortalidade por câncer cervical reduziu mais de 50% desde a introdução do Papanicolau.
A ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica) popularizou o uso de fitinhas coloridas designadas para cada tipo de tumor com o intuito de representar a luta contra os diversos tipos de câncer.
Os laços são uma forma de chamar atenção da população para as medidas de prevenção e combate desses males. Para cada mês do ano, por exemplo, um tipo de câncer é lembrado.
O laço do mês de janeiro é o verde piscina, o qual representa a campanha de prevenção do câncer cervical ou de colo de útero.
O câncer cervical é o terceiro tipo de tumor mais comum em mulheres e o quarto câncer que mais leva as brasileiras a óbito. Com aproximadamente 530 mil novos casos por ano no mundo, é o responsável pela morte de 265 mil mulheres anualmente.
O avanço da genética e da biologia molecular para diagnósticos está cada vez mais presente na medicina atual, pois permite o estudo cruzado das características genéticas de microrganismos patogênicos e pacientes, possibilitando novas definições de tratamento para doenças tão complexas como o câncer.
Esses testes analisam o material genético do tumor conseguindo diferenciar as células normais das tumorais (marcadores), e as células em diferentes estágios da doença. Essas particularidades são de grande ajuda para os médicos avaliarem o diagnóstico e para determinar qual o melhor tratamento para aquele estágio da doença.
Para o HPV já existem testes regulamentados de biologia molecular para a detecção simultânea e genotipagem de diferentes tipos de HPV. A importância clínica desse exame está no fato de que alguns desses tipos virais estão relacionados ao câncer cervical.