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Doação de órgãos: um ato de amor e solidariedade

26/09/2017
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Dia 27 de setembro é o Dia do Doador de Órgãos. A criação dessa data é para conscientizar cada vez mais a população da importância de ser um doador, desse ato tão generoso que salva vidas. O laço verde é o símbolo internacional dessa data e ajuda a identificar todos aqueles que apoiam e se identificam com esta causa.

Doação de Órgãos: Dados do Brasil

Graças ao aumento da sensibilização das famílias brasileiras, o número de doadores no Brasil cresce a cada dia, consequentemente, com ele, o índice de transplantados. No primeiro semestre de 2017 a taxa de doadores efetivos aumentou 11,8% ultrapassando 14,6 doadores por milhão de população (pmp), deixando bem próximos de atingir a meta proposta para este ano de 16,5 pmp. O Paraná está entre os três melhores estados brasileiros que possuem alto índice pmp.

Números consolidados

O Brasil é o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes e o que mais investe recurso financeiro público em transplantes. No primeiro semestre de 2017 registrou um total de 13.282 transplantes realizados.  Infelizmente, para quem espera por um transplante, esse número ainda é pequeno. Hoje a lista do Brasil tem 33.062 pessoas que lutam pela vida e necessitam de um novo órgão.

Total de transplantes realizados até agora em 2017:

  • Transplantes de coração: 172
  • Transplantes de rim: 2.918
  • Transplantes de fígado: 1011
  • Transplantes de pulmão: 43
  • Transplantes de medula óssea: 1.253
  • Transplantes de córnea: 7.821

A conscientização começa em casa

De acordo com a legislação brasileira (lei nº 10.211, de 23 de março de 2001), a retirada dos órgãos e tecidos para doação só pode ser feita após autorização dos membros da família.  Não há a necessidade de nada declarado por escrito, por isso, se sua vontade é ser um doador e salvar vidas, converse com a sua família. Qualquer pessoa saudável pode ser um potencial doador, espalhe essa ideia.

Quebrando o tabu

Apesar da aceitação familiar brasileira ao transplante ser de 56% (dados do primeiro semestre), ainda é um assunto delicado por falta de esclarecimentos sobre o assunto, mitos e por estar diretamente relacionado com a morte de um ente querido.  Mas precisamos entender que esta perda pode se tornar um ato de solidariedade e cidadania que pode salvar a vida de mais de 8 pessoas.

O qual órgão pode ser transplantado?

Órgãos, tecidos e células (medula óssea) podem ser transplantados. Os principais são: coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado, córneas e pele.

O Caminho da doação

  1. Morte encefálica: só é possível doar em casos de morte encefálica, que é quando o cérebro deixa de funcionar e o coração é mantido vivo com a ajuda de aparelhos. Diversos exames são realizados no paciente para assegurar um diagnóstico preciso.
  2. Autorização da família: a família é entrevistada para autorizar a doação de órgãos. Por isso é tão importante comunicar a sua família sobre o desejo de ser um doador.
  3. Notificações: os dados do doador são enviados à Central de Transplantes que analisa os critérios de compatibilidade entre ele e os possíveis receptores dos órgãos.
  4. Retirada dos órgãos: a equipe realiza a extração dos órgãos respeitando as técnicas para a preservação do órgão a ser doado. O corpo do doador é entregue a família sem nenhuma deformidade.
  5. Transporte: deve ocorrer no menor tempo possível. Um coração pode permanecer apenas 6 horas fora do corpo. Em caso de cidades diferentes entre doador e receptor, a equipe articula o transporte aéreo do órgão.
  6. Transplante: a equipe médica é mobilizada e o procedimento de alta complexidade é realizado. Após a cirurgia, o paciente passa por um período de recuperação e acompanhamento. Para que o risco de rejeição do órgão seja reduzido, é necessário o uso de medicamentos chamados “imunossupressores”.

Doadores vivos

Pessoas vivas também podem ser doadoras de órgãos. Mas a doação é feita apenas se não prejudicar as aptidões vitais do doador após o transplante. Um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado, parte do pâncreas e medula óssea são exemplos de órgãos que podem ser doados por pessoas ainda em vida.

Quando estamos na máquina de hemodiálise achamos que é o fim, que a história termina ali. Eu mesmo havia perdido a esperança de ver meu filho, que na época tinha 2 anos, crescer. Quando soube que havia um doador não acreditei que a minha luta na máquina de hemodiálise ia acabar. Eu lamentei o acidente que vitimou o jovem, mas foi uma bênção para mim ter encontrado uma família que soube fazer o que era certo, e com isso, salvou a minha vida. Eles tomaram uma decisão muito difícil e louvável. Até hoje eu peço proteção a Deus para eles, porque a vida de quem precisa de um transplante está nas mãos dos doadores. A minha vida estava nas mãos daquela família, e eles, ao autorizarem a captação dos órgãos, me devolveram ela. Hoje eu posso dizer que renasci. Mudei até a data do meu aniversário e passei a comemorar no dia em que fiz o transplante.

Wilton da Silva, transplantado de rins há 9 anos.

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