O Sarcoma de Kaposi é um tipo raro de câncer de pele que acomete as camadas internas dos vasos sanguíneos, provocando lesões na pele rosadas, avermelhadas ou roxas. Além de aparecer na pele, as lesões podem surgir em órgãos internos como fígado, pulmões e mucosa intestinal, provocando sangramentos.
Ele está relacionado à presença do herpesvírus humano tipo 8 (HHV8), sendo rara a manifestação em pessoas com sistema imunológico saudável, mas bem comum para portadores de HIV. O Sarcoma de Kaposi atua em diferentes grupos de pessoas e se manifesta das seguintes formas epidemiológicas:
– Clássico: raro, de evolução lenta e mais comum em homens mais velhos de origem mediterrânea.
– Endêmico ou africano: forma mais agressiva, acomete principalmente negros jovens da África Equatorial.
– Relacionado com sistema imunológico deprimido: portadores de HIV, transplantados ou pacientes que tomam imunossupressores.
No Brasil, a soroprevalência na população em geral é de aproximadamente 2,5%, no entanto, em pacientes com HIV este número pode chegar a até 98%.
Geralmente, o profissional da saúde consegue fazer a detecção clínica pelo aspecto das manchas na pele. Também pode ser feita uma biópsia por punção, em que um pequeno pedaço da pele é retirado para análise e confirmação do diagnóstico.
Há casos em que as lesões cutâneas estão ausentes. Dessa forma, pacientes com sistema imunológico debilitado (transplantados e portadores de HIV) e com a suspeita de Sarcoma de Kaposi podem utilizar o diagnóstico molecular para a detecção do herpes vírus 8. O exame é realizado com uma amostra de sangue ou líquido cefalorraquidiano. Sobretudo, a determinação da carga viral auxilia o médico na melhor escolha de tratamento.
O teste molecular é realizado pela técnica chamada PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). Esta metodologia faz a amplificação do material genético do vírus, produzindo milhões de cópias até que se obtenha a quantidade suficiente de produto para análise e obtenção do resultado preciso de qual é o agente causador da infecção.
O tratamento varia de acordo com o tipo de manifestação. Pacientes com uma ou duas manchas, pode ser realizado tratamento com gel tópico ou criocirurgia, que faz a remoção do tumor com aplicação de nitrogênio líquido e congelamento das células. Estas técnicas não impedem o reaparecimento de novas manchas.
Nos casos mais agressivos, pode ser realizada a radioterapia ou quimioterapia. Em portadores de HIV, é indicada a terapia anti-retroviral.