Em 2019 a cidade de São Paulo teve um surto de toxoplasmose, com 79 casos confirmados. A transmissão foi uma provável contaminação de alimentos em um restaurante.
A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Em boa parte dos casos o infectado não apresenta nenhum sintoma, enquanto outras pessoas podem apresentar febre e dores musculares.
Os casos mais críticos acontecem quando a gestante é infectada, pois pode levar ao aborto ou à prematuridade, apresentar icterícia, macrocefalia, microcefalia, crises convulsivas, anormalidades visuais e neurológicas.
Desde 2018 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANS) publicou uma resolução em que torna obrigatório os planos de saúde fornecerem o teste molecular para detecção de toxoplasmose em gestantes, a fim de obter a detecção precoce da infecção congênita, evitando complicações graves para o feto.
Esse exame utiliza a metodologia de PCR em tempo real, e é realizado através do líquido amniótico que envolve o feto dentro da barriga da mãe. Caso o exame acuse a presença do DNA do protozoário no líquido é uma indicação de que o feto tem a doença e então a mãe e o bebê já começam a ser tratados com os medicamentos corretos, prevenindo ou diminuindo as sequelas.
A Mobius Life Science, fabricante brasileira que kits de diagnóstico molecular, tem em seu portfólio o exame que detecta toxoplasmose e fornece para os principais laboratórios brasileiros.
Há uma crença equivocada de que o gato seja o maior transmissor de toxoplasmose. Estima-se que apenas 1% da população felina elimine o protozoário T. gondii no ambiente por meio das fezes, pois para isso eles precisariam consumir carne crua infectada.
Estas são as formas mais comuns de infecção:
A forma mais comum é pela ingestão de carne bovina, suína ou de frango crua ou malcozida contendo cistos do protozoário. É possível também ser contaminado com a ingestão de leite cru e queijos que não foram pasteurizados.
Transmissão transplacentária, onde o parasita infectando a mãe passa para o bebê durante a gravidez, o que pode levar a má formação do feto e/ou aborto.
Ingestão acidental de oocistos infecciosos, eliminados nas fezes do felino contaminado por meio do consumo de verduras ou legumes mal lavados ou levar a mão à boca sem lavar, após jardinagem ou manipulação de terra ou areia.
Para prevenir a toxoplasmose, alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados. Confira as dicas do Ministério da Saúde:
– Lavar bem as mãos após manipular carnes cruas e antes das refeições.
– Evite comer alimentos crus e lave bem as verduras e legumes.
– Após contato com gatos, lave sempre as mãos.
– Mantenha seu gato apenas dentro de casa. Use telas nas janelas a fim de evitar que ele tenha acesso ao ambiente externo, pois é instintivo os felinos caçarem, eles podem acabar ingerindo carne crua de aves e roedores contaminados com toxoplasma.
– A caixa de dejetos dos gatos deve ser limpa todos os dias (remoção de fezes) o que evitará o desenvolvimento de oocistos infecciosos.
– Cuidado com os cães, eles também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo onde haja fezes de gato.
– Evite o aparecimento de ratos e insetos, descartando corretamente o lixo doméstico.
– Lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra, horta ou jardim.