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O ano de 2020 também trouxe mudanças para o setor de transplantes. Foi necessário adotar novas regras para doação, pois os falecidos com confirmação ou suspeita de COVID-19 não puderam se tornar doadores.

Mesmo para aqueles que não tiveram a causa da morte sendo o Coronavírus, há necessidade de realizar o teste antes da doação dos órgãos, o que leva a um atraso do velório ou enterro por mais 12 horas, assim muitas famílias desistem da doação.

Este cenário levou a uma diminuição expressiva dos transplantes de órgãos no Brasil, com queda de 37% entre janeiro e julho de 2020, segundo dados do Ministério da Saúde.

Doação de órgão traz vida e esperança

Apesar de todas estas dificuldades, 2020 foi o ano em que Claudia Gibbert, 23 anos, conseguiu seu transplante renal. Desde os 9 anos ela sofre com uma síndrome nefrótica e em meio a pandemia conseguiu o tão esperado órgão doado que trouxe mais vida e esperança.

Confira o relato dela:

Meu nome é Cláudia Gibbert, tenho 23 anos, sou Engenheira Civil e moro no Paraná. No ano de 2006, então com 9 anos de idade comecei a apresentar problemas renais, como alta perda de proteína através da urina. Após efetuar diversos exames e biopsia do rim, fui diagnosticada com Síndrome Nefrótica/GESF. A partir de então iniciou-se uma longa caminhada na busca da diminuição dos efeitos da doença.

Por anos os efeitos sobre o rim se mantiveram moderados, porém em 2013 a evolução do quadro clínico começou a sofrer severas alterações, onde se deu início a investigação específica na qual foi confirmada a GESF. Iniciou-se então o tratamento conservador, com imunossupressores para tentar atenuar os efeitos nocivos da doença sobre o rim, tentando preservá-los o máximo de tempo possível.

Em Julho de 2019 o quadro clínico passou a exigir a realização de um transplante renal. Iniciou-se então a hemodiálise e o processo para a inclusão na fila da Central de Transplantes também no Estado do Paraná. Desde então, fui selecionada por 5 vezes com a oferta de um rim. Me desloquei até a cidade de Campina Grande do Sul no Paraná por 2 vezes, nas outras 3 possibilidades o meu quadro clínico não me possibilitou participar da concorrência.

No dia 08 de setembro de 2020 recebi uma nova ligação da Central de Transplantes informando uma nova possibilidade e como no dia 09 era dia de hemodiálise, solicitaram que fizesse hemodiálise na minha clínica em Toledo (PR) e em seguida me deslocasse até o Hospital Angelina Caron distante 598 km. A viagem nesta data durou quase 8 horas, onde fui recebida no hospital para internamento as 16h27 e já se iniciaram os exames preparatórios para o Transplante e de COVID-19. O procedimento iniciou-se as 18h30 e terminou em torno das 21h30.

Fiquei na UTI até o dia 16 de Setembro e como necessitava de acompanhamento médico e laboratorial semanal permaneci com meus pais em um imóvel alugado na cidade por mais 26 dias. Retornamos para Toledo-PR onde farei os exames laboratoriais semanalmente e retornarei as consultas quinzenalmente. Estou me recuperando muito bem, com um quadro clínico bom e muito feliz. Tenho muita esperança que o órgão que recebi possa desempenhar sua função com qualidade por um longo tempo.

Assista também ao vídeo com o relato da Cláudia:

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