Embora seja uma das doenças mais antigas da humanidade, a Hanseníase é um problema atual de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país do mundo no ranking de casos, perdendo apenas para a Índia. Para chamar a atenção da população sobre a importância de intensificar as ações de combate, foi criado o Janeiro Roxo. Ao longo de todo o mês, foram realizadas atividades para reforçar a importância de reduzir a transmissão da doença, bem como de ficar em dia com os exames.
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a Hanseníase é uma patologia infecciosa, transmissível, de caráter crônico, que atinge principalmente os nervos periféricos, os olhos e a pele. Se não diagnosticada precocemente ou o tratamento seja inadequado, a doença, que na maioria dos casos é silenciosa, pode provocar lesões neurais e danos irreversíveis.
Entre as principais características da Hanseníase está o longo período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Esse período possui, em média, a duração de três a cinco anos, mas pode ser maior, dificultando ainda mais o controle da doença. Este longo período também faz com que a Hanseníase seja considerada uma doença silenciosa, com sinais iniciais inespecífico. Esse fator, inclusive, dificulta o diagnóstico clínico.
Os riscos do diagnóstico tardio da Hanseníase
Normalmente, os pacientes brasileiros começam o tratamento, em média, um ano e meio a dois anos após surgirem os primeiros sintomas doença. Esse é um dos principais agravantes, uma vez que esses sinais podem demorar até 10 anos para aparecerem.
A falta de tratamento adequado e o diagnóstico tardio podem trazer consequências, como:
- Lesões incapacitantes;
- Desfiguração e amputação de membros, com a necessidade de cirurgias e próteses;
- Contágio às pessoas com as quais tem convivência, inclusive crianças e idosos;
- Estigma social com grande sofrimento psicológico.
Dessa forma, é importante realizar um diagnóstico completo e assertivo para que o paciente tenha acesso, o quanto antes, ao tratamento da doença.
A importância do diagnóstico molecular para identificar a Hanseníase e suas resistências
O quadro clínico é um dos fatores tomados como base para o diagnóstico da Hanseníase. O raspado dérmico e biópsia da pele podem ser feitos, considerando suas limitações técnicas, sendo passível de erro de coleta e na leitura das lâminas. Além disso, o processo pode levar vários dias.
Por isso, as técnicas de biologia molecular são as mais modernas e com maior precisão para detecção da Mycobacterium leprae e suas resistências à rifampicina, ofloxacina e dapsona, com menor probabilidade de erro humano.
O GenoType LepraeDR da Mobius é um ensaio molecular genético, baseado na tecnologia de PCR e DNA-STRIP. O DNA é extraído a partir de amostras de baciloscopia cutânea positiva, amplificado por PCR e detectado em uma membrana strip utilizando hibridização reversa e uma reação de coloração enzimática. Os resultados válidos são documentados por controles internos, conjugados e controle de amplificação.
Tratamento
É importante destacar que a Hanseníase tem cura, quando diagnosticada precocemente. Geralmente, o tratamento dura 12 meses e é realizado com 3 tipos de antibióticos, fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Autoridades de saúde alertam que apesar de apresentarem melhoras no quadro da doença, alguns pacientes podem sentir desconfortos durante o tratamento e apresentar efeitos colaterais, incluindo anemia. Dessa forma, é fundamental realizar o acompanhamento médico mensal.
Devido à essas intercorrências, muitas pessoas abandonam o tratamento – o que traz riscos a longo prazo. Entre eles, está o aumento da resistência bacteriana, dificultando a eliminação da bactéria e fazendo com que, em muitos casos, seja necessário o uso de medicamentos de segunda linha, que não são oferecidos pela rede pública de saúde.
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