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Pulmão de Pipoca: a doença rara que tem “estourado” entre jovens

Termo usado para se referir a bronquite obliterante, o Pulmão de Pipoca é uma doença irreversível, que tem se destacado na mídia. Isso porque, o distúrbio até então raro, tem sido relatado em jovens.

O motivo? Estudos apontam que ele pode estar diretamente atrelado a utilização de cigarros eletrônicos, como os famosos vapes. E não é de hoje que pesquisadores têm estudado a ligação entre esses dispositivos e diversos distúrbios respiratórios.

Diversos estudos, publicados em 2020 no American Journal of Preventive Medicine, apontam que usuários diários de vape têm 73% mais chances de desenvolver asma comparados a não usuários.  Além disso, eles também apontam o aumento no risco bronquite, bronquiolite e outras doenças pulmonares.

Por que Pulmão de Pipoca?

O termo “Pulmão de pipoca” surgiu logo no começo dos anos 2000, por conta de um surto de problemas pulmonares entre trabalhadores de uma fábrica de pipoca de micro-ondas nos Estados Unidos.

Esses funcionários acabavam inalando a substância química diacetil (2,3-butanodiona), que é um ingrediente utilizado para dar o sabor amanteigado e rico da pipoca. Quando aerossolizado, ele acaba se tornando extremamente tóxico.

Essa substância promove a inflamação e cicatrização dos chamados bronquíolos, que são ramificações pequenas dos pulmões. Isso acaba dificultando a passagem de ar de forma gradativa e permanente.

Outras substâncias também estão atreladas ao desenvolvimento desse problema pulmonar, dentre elas o formaldeído e acetaldeído, que são constantemente detectados em cigarros eletrônicos.  

pulmão de pipoca

A “modernidade” que custa caro

Os cigarros eletrônicos chegaram com uma narrativa sedutora: mais moderno, menos nocivo, mais “clean”. Mas na prática, a realidade é outra.

Segundo dados do IPEC, o número de usuários de cigarro eletrônico no Brasil quadruplicou entre 2018 e 2022, passando de 500 mil para mais de 2,2 milhões de usuários, sendo a maioria jovens entre 15 e 29 anos.

Mesmo sem combustão, monóxido de carbono ou alcatrão, os vapes possuem altas concentrações de substâncias tóxicas e uma forma ainda mais potente de nicotina, conhecida como sal de nicotina, que vicia mais rápido e em menor quantidade.

Pulmões não têm “refil”

Ao contrário dos cigarros eletrônicos, os pulmões não têm refil. Enquanto diversos tecidos do corpo podem se recuperar, esses órgãos, uma vez prejudicados, não podem ser recuperados.

Por isso, a preocupação em conscientizar a população jovem. Os danos causados ainda nessa fase são permanentes, e irão acompanhar os usuários pelo restante da vida. 

Para quem desenvolve esse distúrbio, a alternativa é o tratamento dos sintomas. Dentre os protocolos para aliviá-los, está o uso de broncodilatadores e esteroides. E, em caso mais extremos, o transplante pulmonar.

Pense duas vezes antes de “vaporizar”

A aparência tecnológica e os sabores doces dos vapes podem até disfarçar o perigo, mas a realidade é que eles escondem combo de substâncias tóxicas que, silenciosamente, pode gerar danos irreversíveis.

Por isso, respire fundo e pense duas vezes antes de iniciar ou continuar a usar esses dispositivos. Sintomas como tosse persistente, falta de ar, chiado no peito e fadiga podem ser os primeiros alertas.

Quer parar com os “vapores”? Veja como começar

Se você já faz uso de cigarros eletrônicos como vapes e deseja parar, o primeiro passo já foi dado, que é reconhecer a necessidade de abandoná-los. E existem algumas outras estratégias.

Reconheça os gatilhos

Identifique os momentos, pessoas ou situações que te levam ao uso do cigarro.

Procure apoio profissional

Médicos, pneumologistas e psicólogos podem oferecer terapias comportamentais e medicamentos auxiliares, como adesivos de nicotina ou sprays.

O uso de cigarros eletrônicos também é um vício, e precisa de acompanhamento profissional.

Busque grupos de apoio

Compartilhar experiências com outras pessoas que estão na mesma jornada pode fortalecer sua decisão.

Recompense seu progresso

Celebre as pequenas vitórias. Cada dia sem fumar é um dia a mais de saúde.

Informação também salva vidas.

Se você conhece alguém que usa cigarros eletrônicos ou tradicionais, compartilhe este conteúdo.

Referências

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/11/25/vape-em-apenas-1-ano-usuarios-tem-ate-6-vezes-mais-nicotina-no-organismo-do-que-fumantes-de-longo-prazo.ghtml

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/06/05/cigarro-eletronico-estamos-criando-uma-legiao-de-dependentes-de-nicotina-diz-drauzio-varella.ghtml

https://www.metropoles.com/saude/vapes-contem-127-produtos-toxicos

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