O Papiloma vírus humano (HPV) está envolvido em aproximadamente 100% dos casos de câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical.
Existem pelo menos 13 subtipos de HPV considerados oncogênicos, também chamados de alto risco por apresentarem maior chance de provocar lesões persistentes precursoras do câncer. E dentre esses, os genótipos HPV-16 e HPV-18 são os mais frequentes, juntos eles são responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais.
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST), e infelizmente é muito comum. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. No Brasil, em 2020, são esperados 16.590 casos novos, com um risco de aproximadamente 12,6 casos a cada 100 mil mulheres.
Estima-se que 600 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV e que 75% a 80% da população adquirem um ou mais tipos em algum momento da vida, sendo a IST mais comum no mundo todo.
Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas. O vírus pode permanecer no organismo durante anos de maneira latente, também chamada de infecção subclínica. Apenas 5% dos infectados apresentará algum tipo de manifestação ou lesão precursora, essas lesões se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
Uma maneira comprovada para prevenir o câncer cervical é a realização de exames, como o Papanicolau por exemplo, que pode detectar a presença de lesões precursoras e permite tratá-las antes do desenvolvimento do câncer. Por conta disso, o exame também ficou conhecido como Preventivo (fig.2).
A mortalidade por câncer cervical reduziu mais de 50% desde a introdução do Papanicolau.
Esta técnica pesquisa alterações microscópicas em esfregaço de células do colo do útero e da endocervice da paciente. As células coletadas durante o exame médico são enviadas em lâmina ao laboratório para análise citopatológica (fig. 3).
Algumas vezes as alterações celulares relacionadas ao câncer são tão sutis, ou em um grupo tão pequeno de células que podem passar despercebidas tanto no momento da coleta, como também pelo analista durante o exame microscópico. Nesses casos, infelizmente a análise do Papanicolau resulta em falso negativo.
O diagnóstico molecular é a maneira mais precisa de diagnosticar a infecção pelo HPV e de prevenir o câncer cervical, pois a metodologia não depende apenas do olho humano.
Pela técnica da PCR é possível verificar se há infecção ou não, quando há, se esta ocorre por genótipo de alto ou baixo risco de desenvolvimento do câncer (fig.4). E assim, permite o acompanhamento clínico adequando e em menor intervalo de tempo, para os casos em que o risco é maior.
Para o HPV já existem testes regulamentados de biologia molecular para a detecção simultânea e genotipagem de mais de 30 tipos diferentes HPV.
A ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica) popularizou o uso de fitinhas coloridas designadas para cada tipo de tumor com o intuito de representar a luta contra os diversos tipos de câncer.
Os laços são uma forma de chamar atenção da população para as medidas de prevenção e combate desses males. Para cada mês do ano, por exemplo, um tipo de câncer é lembrado.
O laço do mês de janeiro é o verde piscina, o qual representa a campanha de prevenção do câncer cervical ou de colo de útero.