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Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST): Principais infecções e problemas na sua saúde

25/05/2018
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Ocasionadas por mais de 30 agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitas), as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) – termo atualmente adotado pela OMS – conhecidas anteriormente por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) acometem mais de 1 milhão de pessoas ao dia no mundo e encontram-se entre os cinco principais motivos de consulta médica. Por isso o uso da camisinha é fundamental para a saúde de todos.

Além do gran​de impacto para a saúde, algumas ISTs podem aumentar o risco de aquisição do HIV em três vezes ou mais, e ser transmitidas da mãe para o feto durante a gestação podendo causar consequências graves ao bebê.

Realidade Brasileira e Principais ISTs

Infelizmente a falta de informação combinada com a despreocupação, principalmente dos jovens, são fatores determinantes para o aumento da transmissão das ISTs. Segundo a OMS, a maioria dos brasileiros (94%) sabe que a camisinha é melhor forma de prevenção às IST e AIDS. Mesmo assim, 45% da população sexualmente ativa não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses. Por esse motivo, cerca de 2,5% da população brasileira sexualmente ativa já foi contaminada em alguma ocasião por um certo tipo de IST. Isso representa aproximadamente 5 milhões de brasileiros. A única forma de prevenção é o uso da camisinha. É fundamental estar consciente dos riscos, sobretudo quando se desconhece o comportamento e o estado de saúde das/os parceiras/os sexuais. E qualquer desconforto, consulte um médico especialista.

Clamídia

A clamídia é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. É causada por uma bactéria chamada Chlamydia trachomatis e pode ou não gerar sintomas. O motivo de tantos casos da doença pelo mundo é que pessoas com clamídia assintomática se tornam agentes propagadores da doença sem saber.

A transmissão da clamídia acontece por meio de relações sexuais desprotegidas e também pode ocorrer a transmissão da mãe para o filho na hora do parto normal. Cerca de 80% das mulheres não apresentam sintomas, no entanto, estes podem ser: corrimento vaginal amarelo e espesso, dor abdominal, queimação ao urinar, dor durante o contato íntimo e perda de sangue entre os períodos menstruais. Para o homem: coceiras na abertura do pênis, dor e inchaço nos testículos e proctite (inflamação no ânus).

Nas grávidas, infecções por clamídia podem levar ao parto prematuro. Os bebês infectados podem desenvolver algumas complicações, como a pneumonia e conjuntivite.  E em casos mais graves e raros, pode causar a morte da criança.

A clamídia tem cura e o tratamento é simples, feito com a administração de antibióticos. É altamente recomendável que os parceiros sexuais também façam todos os exames para não correrem riscos futuros.

Clamídia: 1.967.200 casos1:

Gonorreia

A gonorreia também é uma infecção sexualmente transmissível muito comum, muitas vezes confundida com a clamídia por terem sintomas muito parecidos. Também é uma infecção bacteriana, mas causada pela Neisseria gonorrhoeae também conhecida como gonococo. Gonorreia tem cura e o tratamento é feito com a administração de antibióticos.

Apesar de popularmente ser considerada uma doença masculina, já que 90% dos homens apresentam sintomas, as mulheres podem ser contaminadas também. Porém, 50% das mulheres infectadas não apresentam sintomas, se tornando agentes propagadoras da doença sem saber.

É comum que a bactéria se prolifere em ambientes úmidos e quentes, o que acaba facilitando o seu crescimento em locais como os órgãos genitais, a garganta e os olhos. As infeções quando não tratadas, podem ter implicações graves como a infertilidade, dor durante as relações sexuais, gravidez ectópica (quando o embrião se desenvolve nas trompas de Falópio) e doença inflamatória pélvica (DIP).

A gonorreia pode passar da mãe para o bebê durante a gravidez ou na hora do parto normal. Nesses casos, a infecção atinge principalmente os olhos do recém-nascido, em uma forma grave de conjuntivite.

Gonorreia: 1.541.800 casos1

Sífilis

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum que, na maior parte dos casos, é transmitida através do contato íntimo sem uso da camisinha, por transfusão de sangue contaminado (raro, mas pode acontecer) ou a mãe infectada passa para o bebê durante a gestação ou o parto.

Pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.

Sífilis Primária

A sífilis primária é o primeiro estágio da doença, o principal sintoma é o cancro duro, um pequeno caroço rosado que evolui para uma úlcera avermelhada, com bordas endurecidas e fundo liso, coberto por uma secreção transparente. Estas lesões costumam desaparecer após 4 a 5 semanas, mas a infecção continua latente na pessoa, e pode voltar a se manifestar a qualquer momento, caso o tratamento não seja feito.

Sífilis Secundária

A sífilis secundária é caracterizada por lesões na pele e nos órgãos internos, já que a bactéria se espalhou pelo corpo. As novas lesões são caracterizadas como manchas rosadas, chamadas de roséola sifilítica, ou pequenos caroços acastanhados que surgem principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. O paciente pode apresentar dores musculares, febre, dor de garganta e dificuldade para engolir. Assim como na primeira fase, os sintomas podem desaparecer sem tratamento.

A doença pode ficar estacionada por meses ou até mesmo anos antes do surgimento da sífilis terciária. Nesse estágio surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos. Por comprometer o sistema imunológico, o desenvolvimento de infecções oportunistas é muito alto, e se não tratadas, pode levar a morte.

Sífilis Congênita

A sífilis congênita é a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar má-formação do feto, aborto ou morte do bebê. Por isso a importante do pré-natal durante a gestação.

A sífilis tem cura e não depende do estágio em que se encontra. Mas quanto antes o tratamento for realizado melhores e mais rápidas são as chances da cura.

Sífilis: 685.400 casos1

Herpes Genital

A herpes genital é uma das ISTs considerada bastante perigosa, não pelos efeitos diretos que causa no organismo, mas pela sua sutileza, uma vez que o nosso organismo não consegue matar o agente patológico da doença.

Ocasionada pelos vírus HSV-1 ou HSV-2, a doença tem como principal característica uma série de pequenas lesões nas regiões genitais tanto masculina como femininas. As bolhas rompem-se rapidamente deixando feridas dolorosas. Em alguns casos, esse processo é tão rápido que as lesões nem chegam a ser notadas e são percebidas apenas as feridas.

A herpes não tem cura, mas tem tratamento. Como o vírus está alojado em nosso corpo, a recorrência da doença é algo comum.  As crises costumam surgir sempre após algum evento estressante para o organismo. Tais como: esforço físico exagerado, estresse emocional, cirurgia recente, exposição solar em excesso, período menstrual e a baixa imunidade.  O tratamento, para qualquer fase da doença, é feito com antivirais para acelerar a cura das lesões, aliviar os sintomas, impedir complicações e reduzir o risco de transmissão para outros. A infecção pode ser transmitida desde o início do surto até a cicatrização da última ferida.

Embora a maioria das mulheres que possuem o vírus gerem bebês saudáveis, alguns cuidados durante a gravidez são importantes para evitar a contaminação, pois pode causar graves consequências. O maior risco do herpes genital é quando a primeira infecção acontece durante a gestação. Quando o primeiro surto ocorre no início da gravidez pode provocar aborto espontâneo e lesões no feto. Quando ocorre no final, há alto risco de a mãe ainda não ter desenvolvido anticorpos até a data do parto e, assim, transmitir o vírus para o bebê.

Herpes Genital: 640.900 casos1

Hepatite B

Causada pelo vírus HBV, a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa. Como o vírus está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. O principal órgão afetado pela doença é o fígado que pode desenvolver cirrose hepática ou câncer.

As hepatites virais são silenciosas, as vezes a pessoa pode portar o vírus sem saber. O vírus da Hepatite B só podem ser detectado 60 dias após a infecção, pois os anticorpos demoram a reconhecê-lo.  E os sintomas podem demorar até seis meses para se manifestar, o que prejudica o diagnóstico precoce da doença.

A hepatite B também pode ser transmitida da mãe para o bebê. Ou na gestação ou na amamentação. A melhor e mais eficaz maneira de prevenir a Hepatite B é tomando a vacina. Não compartilhe objetos cortantes e perfurantes e sempre use preservativo nas relações sexuais.

Hepatite B: 212.031 casos2

CMV

Infecção por CMV é considerada uma IST porque qualquer pessoa pode contrair o vírus através de relação sexual desprotegida. O citomegalovírus (CMV) é um vírus da mesma família da herpes e da catapora. Estima-se que cerca de 80% da população encontra-se infectada. Todavia, assim como ocorre com outros vírus da família Herpes, o vírus é neutralizado, mas não é totalmente eliminado do organismo.

Para pessoas com o sistema imunológico saudável, a infecção pelo CMV é assintomática. Porém, se gestantes forem contaminadas durante a gravidez, as consequências são muito sérias para o bebê. Assim como pessoas imunocomprometidas – portadores do HIV / Aids e transplantados – as consequências também podem ser muito sérias, podendo até causar a morte desses pacientes.

O CMV é responsável por mais casos de microcefalia que o Zika

O Diagnóstico Molecular e as ISTs

A precisão e a alta sensibilidade do teste molecular permitem a detecção dos patógenos em amostras onde geralmente não são percebidos com facilidade, aumentando as chances de um diagnóstico preciso, sensível e rápido para a detecção de uma ampla gama de agentes infecciosos. Os testes baseados na tecnologia de PCR em Tempo Real são capazes de detectar em uma única reação de uma única amostra os diferentes patógenos causadores das principais infecções sexualmente transmissíveis, garantindo o diagnóstico rápido e preciso para o tratamento adequado ao paciente. Em alguns casos, os testes moleculares são capazes de detectar o DNA do agente patológico, mesmo que a pessoa não tenha desenvolvido a doença. Esse tipo de teste pode ser aplicado para o diagnóstico da herpes, por exemplo.  Essa metodologia tem-se mostrado muito eficiente e confiável no diagnóstico precoce de infecções e doenças.

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