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Poliomielite: O combate não pode parar

10/07/2018
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Conhecida popularmente como “paralisia infantil”, a Poliomielite é uma doença altamente contagiosa. É causada pelo Poliovírus composto de três sorotipos: I, II e III, pertencente ao gênero Enterovírus. A doença pode afetar tanto crianças quanto adultos.

É transmitida pelo contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. Também pela via oral-oral através de gotículas ao falar, tossir ou espirrar. Devido a esse meio de transmissão, passa a afetar em sua grande maioria, crianças de até 5 anos de idade. A falta de saneamento e higiene pessoal precária são fatores que favorecem a transmissão do Poliovírus.

A Poliomielite não tem cura

A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos – locais por onde se dá a penetração do vírus no organismo. Ele tem um período de incubação que varia de 5 a 35 dias quando o vírus atinge a corrente sanguínea, atacando diretamente o sistema nervoso do paciente e destruindo os neurônios motores. A função dos neurônios motores é de realizar uma ponte entre o sistema nervoso central e os músculos. A destruição desses neurônios pode levar à paralisia.

1% dos infectados podem desenvolver a forma paralítica da doença, ficando com sequelas permanentes

Tipos de Poliomelite

A poliomielite paralítica é a forma mais grave da doença. Os sintomas iniciais são febre, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Muitas vezes assemelhando-se aos sintomas da poliomielite não-paralítica. Em 1 semana, os sintomas específicos de poliomielite paralítica aparecem. São eles: perda dos reflexos, dores musculares graves ou fraqueza principalmente nos membros inferiores, membros soltos e flácidos.

O diagnóstico fundamenta-se nos sinais clínicos e em exames laboratoriais de fezes para pesquisa do vírus. Não existe cura para poliomielite. O foco do tratamento consiste em diminuir a sensação de desconforto, acelerar a recuperação e garantir a qualidade de vida do paciente. Porém, se a medula espinhal e o cérebro não estiverem envolvidos, o que acontece em mais de 90% das vezes, a recuperação completa é bastante possível.

Zé Gotinha

A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Simbolizada nacionalmente pelo Zé Gotinha. Existem duas vacinas contra a poliomielite. A VPO-Sabin, a vacina da gotinha, que faz parte do Calendário Básico de Vacinação. Ela deve ser aplicada aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade. Até os 5 anos, as crianças devem receber doses de reforço anualmente. E a vacina Salk, administrada via intramuscular, indicada para pessoas expostas, com baixa imunidade, ou que viajarão para regiões onde o vírus ainda está ativo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda considera a doença endêmica nas regiões da Nigéria, Afeganistão e Paquistão

Brasil Livre da Poliomielite

O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem. Mas é fundamental a continuidade da vacinação para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no país.

Apesar do Ministério da Saúde ter emitido um alerta recentemente sobre a baixa cobertura vacinal em alguns municípios brasileiros, ainda não há motivos para amedrontamento. São 312 municípios com cobertura vacinal abaixo de 50% em crianças menores de cinco anos, quando o ideal é acima de 95%. O Ministérios da Saúde juntamente com os governantes e autoridades, já se prontificaram para tomar as medidas necessárias para normalizar a situação desses municípios.

Outras Manifestações por Infecção de Enterovírus Não Polio

Os Enterovírus (EV) estão entre os vírus mais comuns em todo o mundo, principalmente nas áreas tropicais e semitropicais. São classificados em mais 3 espécies além do Poliovírus: vírus Coxsackie A e B, vírus echo e enterovírus numerados. Já foram identificados mais de 70 tipos de enterovírus que por sua dificuldade de classificação recebem uma denominação numérica.

É um patógeno com alta incidência em todo o mundo, as infecções ocorrem com maior frequência no verão e início de outono, nos países com climas temperados e durante todo o ano em países tropicais. Afeta principalmente crianças e é associado a doenças do sistema nervoso central em indivíduos imunocomprometidos.

O vírus é transmitido por via fecal-oral com a replicação viral que ocorre inicialmente nas células do trato digestivo. A maior parte das infecções por EV são assintomáticas. Dentre as síndromes clínicas causadas por EV destacam-se aquelas que afetam o sistema nervoso central, músculo esquelético, intestino e células do sistema imune resultando em doenças fatais como meningite asséptica, paralisia, edema pulmonar, encefalomielite e até mesmo sintomas psiquiátricos podem aparecer.

Diagnóstico molecular para o Enterovírus

Já é possível o diagnóstico molecular para a detecção e diferenciação dos enterovírus. A caracterização dos enterovírus é essencial para distinguir os sorotipos do vírus e também eliminar a incerteza da infecção por outros agentes. Essa diferenciação é extremamente relevante nos casos de meningite.

O diagnóstico molecular é uma ferramenta muito útil para os casos mais graves. É mais rápido e sensível que as metodologias convencionais, contribuindo positivamente o tratamento e qualidade de vida do paciente. Ajuda diretamente na escolha de medidas preventivas e no tipo do tratamento.

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