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Câncer de pênis: Até o final de 2018, seis mil homens receberão o diagnóstico

23/11/2018
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No mês dedicado a saúde do homem, além do câncer de próstata, foco da campanha de conscientização em novembro, outra doença deve ser lembrada: o câncer de pênis. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), até o final de 2018 seis mil novos casos serão confirmados. Este número representa 2% do total de tumores que vão atingir pessoas do sexo masculino. Outro dado também chama a atenção; cerca de mil órgãos sexuais masculinos são amputados todos os anos por consequência da doença.

Mas quais são os fatores de risco para o aparecimento do câncer de pênis? Quais cuidados devem ser tomados? Uma das causas é o papilomavírus humano, mais conhecido como HPV, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) em que a transmissão ocorre por meio do contato direto com a pele ou a mucosa infectada. “O HPV tem uma média de associação de 30% a 40% com o câncer peniano, em especial os tipos 16 e 18 (o vírus tem 150 variações)”, diz Newton Sérgio de Carvalho, professor de ginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O médico fez uma revisão sobre o tema, publicado em 2008 no Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis. Segundo Carvalho, a pessoa diagnosticada com os tipos 16 e 18 do vírus apresenta mais chances de desenvolver câncer, não só no pênis, mas também em outras partes do corpo. “Importante ressaltar, no entanto, que a contaminação tem que estar associada a mais fatores, como a associação do HPV com ISTs, a exemplo da clamídia”, reforça.

A falta de higiene, idade avançada, fimose e baixas condições socioeconômicas também contribuem para o desenvolvimento da doença.

Diagnóstico do câncer de pênis

O diagnóstico preciso e personalizado garante o monitoramento adequado dos homens, já que alguns tipos de HPV estão relacionados a lesões que progridem para o câncer. O método mais indicado para estes casos é a genotipagem, que identifica os subtipos do vírus e permite diferenciar o tratamento no caso de pessoas com outras infecções por HPV oncogênicas menos agressivas.

Principais sintomas e manifestações do câncer de pênis

ferida

A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente

mudança de cor

Área do pênis com mudança de cor

esmegma

Presença de secreção branca (esmegma) com mau cheiro

Pele espessa

Pele genital mais espessa que o normal

verrugas

Aparecimento de nódulos ou verrugas

Ínguas na virilha podem ser sinal de progressão da doença (metástase).

A vacinação previne a doença

A prevenção acontece de forma simples e gratuita: a vacinação. Todos os anos o Ministério da Saúde divulga a campanha com foco na imunização de meninos, com idade entre 11 e 14 anos, e meninas com faixa etária de 9 a 14 anos. Além disso, outros dois grupos recebem as doses contra o HPV; pessoas com idade entre 9 e 26 anos que receberam transplante e os portadores do vírus HIV.

“É muito importante tomar a vacina porque é um procedimento preventivo que tem o objetivo de evitar que pessoas sem o HPV contraiam o vírus”, lembra Carvalho. Segundo estudo feito pelo Ministério da Saúde em parceria com hospitais e secretários de Saúde, 54,3 % dos brasileiros com idade entre 16 a 25 anos têm HPV. Desse total, 37,6% apresentaram variações do vírus com alto risco para o desenvolvimento de câncer.

Mesmo com os números alarmantes dos casos de contaminação do vírus HPV, a meta de imunização está longe de ser alcançada. Na campanha lançada no mês de setembro, espera-se que mais de 20 milhões de adolescentes sejam vacinados, sendo 9,7 milhões de meninas e 10,8 milhões de meninos. Os índices de 2017 mostram que 35,7% do público-alvo foi até os postos de saúde receber a primeira dose e apenas 13% dos jovens garantiu a imunização completa, já que a vacinação consiste na aplicação de duas doses.

O restante da população, que não faz parte dos grupos prioritários atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), encontra a vacina contra o HPV na rede privada.

Alerta

O Brasil, juntamente com a Índia e alguns países africanos, possuem os maiores índices de casos de câncer de pênis associados ao HPV. A informação foi publicada no artigo Updates on the epidemiology and risk factors for penile cancer, de 2017, na National Library of Medicine. Segundo Carvalho, o dado serve como alerta, pois, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, mil órgãos sexuais masculinos são amputados todos os anos, em decorrência da doença. “Algo que poderia ser evitado com medidas preventivas, já que a amputação é necessária apenas em casos avançados”, diz o professor.

Além da vacina contra o HPV, outras medidas também ajudam a prevenir o câncer peniano. O INCA sugere limpeza diária do órgão masculino com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação, e cirurgia de fimose, pois a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada e a utilização do preservativo.

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O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens

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No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem;

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As regiões Norte e Nordeste registram o maior número de casos da doença.


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