Todos os anos a Organização das Nações Unidas (ONU) e parceiros globais celebram no dia 31 de Maio o Dia Mundial Sem Tabaco. A campanha anual é uma oportunidade de aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos e mortais do uso do tabaco e da exposição ao fumo passivo e desencorajar o uso do tabaco de qualquer forma.
O tabagismo é considerado uma doença pediátrica, pois 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos. No Brasil, 20% dos fumantes começaram a fumar antes dos 15 anos, segundo o IBGE.
O tabaco torna pessoas mais suscetíveis as seguintes condições:
Tabagismo é a principal causa, responsável por mais de dois terços das mortes de câncer de pulmão no mundo. Fumantes passivos expostos em casa ou no ambiente de trabalho também tem mais chances de ter este tipo de câncer.
Parar de fumar pode reduzir o risco de câncer de pulmão: após 10 anos sem fumar, o risco da doença cai pela metade se comparado a um fumante.
Tabagismo também é a principal causa da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), condição na qual o acúmulo de muco cheio de pus nos pulmões resulta em tosse dolorosa e dificuldades respiratórias agonizantes.
Bebês ainda dentro do útero expostos a fumaça do cigarro, seja por pelo tabagismo materno ou pela exposição da mãe a fumaça, frequentemente apresentam redução do crescimento e da função pulmonar. Crianças expostas ao fumo passivo correm o risco de surgimento e crises de asma, pneumonia, bronquite e infecções respiratórias das vias inferiores frequentes.
Mundialmente, estima-se que 165 mil crianças morrem antes dos 5 anos de idade por infecções respiratórias baixas, causadas por inalar passivamente a fumaça de cigarro. Aqueles que vivem até a idade adulta sofrem consequências pela exposição passiva ao fumo, pois infecções respiratórias inferiores frequentes no início da infância aumentam significativamente o risco de desenvolver DPOC quando adulto.
A tuberculose prejudica o pulmão e reduz suas funções, o que é ainda mais agravado pelo tabagismo. Os componentes químicos da fumaça do cigarro podem desencadear infecções latentes da tuberculose. A tuberculose ativa, agravada pelos efeitos prejudiciais do tabagismo, aumenta substancialmente o risco de incapacidade e morte por insuficiência respiratória.
A fumaça do cigarro é um verdadeiro perigo em ambientes fechados: contém mais de 7 mil substâncias químicas, os quais 69 são cancerígenas. Embora a fumaça seja invisível, ela pode permanecer no ar por até 5 horas colocando as pessoas expostas ao risco de câncer, doença respiratória crônica e infecções no pulmão.
Além de ações educativas, no Brasil o SUS oferece desde 2002 tratamento para ajudar os fumantes de desejam parar, oferecendo na atenção básica acompanhamento, materiais de apoio e medicamentos quando houver necessidade.
Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, tais como câncer, enfisema ou derrame.
Veja o que acontece quando a pessoa para de fumar:
Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal
Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue
Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza
Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor
Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida
Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora
Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade
Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram
Quanto mais cedo parar de fumar, menor é o risco de adoecer.